terça-feira, 29 de março de 2016

Oposição diz que Dilma não vai barrar impeachment

  Direto de Brasília
Na véspera da debandada do PMDB do Governo, a oposição na Câmara dos Deputados prevê que o pedido de impeachment da presidente Dilma passa com folga pelo plenário da Casa. O deputado Fábio Ramalho, da bancada do PV de Minas, disse que Dilma só conta com oito votos na bancada mineira, formada por 53 parlamentares.
Segundo ele, com a decisão do PMDB, o Governo não tem 100 votos na Câmara. “Dilma terá, no máximo, 90 votos, mas para barrar o impeachment serão necessários 172”, disse Ramalho. Fábio Faria, da bancada do PSD do Rio Grande do Norte na Câmara, foi encontrado, ao lado do deputado pernambucano Kaio Maniçoba (PMDB), fazendo a contagem dos votos pró-impeachment.
“Imaginava que o Governo ainda teria 100 votos, mas não tem”, disse Fábio. Kaio vai na mesma direção. Voto certo pelo afastamento do PMDB do Governo, Maniçoba disse que cresceu muito o movimento pelo impeachment da presidente Dilma. No seu entender, não tem mais como o Governo reverter a derrota na Câmara.
Maniçoba seguiu, há pouco, com um grupo de deputados do PMDB, para a residência oficial do vice-presidente Michel Temer, para se inteirar da reunião que o partido fará amanhã em Brasília para anunciar a saída do Governo. Temer, presidente nacional do PMDB, não comparecerá amanhã à reunião do diretório nacional que decidirá pelo rompimento do partido com o Governo, para não influenciar no resultado da votação, segundo sua assessoria.
Mas, hoje à tarde, Temer se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e acertou que a decisão sobre o rompimento será por aclamação, sem contagem dos votos dos integrantes do diretório, de acordo com informações de interlocutores de Temer, de Renan e de um senador peemedebista. Na noite de domingo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Temer em São Paulo, a fim de tentar convencê-lo a manter o PMDB no governo.
Segundo assessores de Temer, o vice-presidente disse a Lula que o desembarque é "irreversível", e que o clima no partido é de "animosidade". No início da noite desta segunda, um dos sete ministros do PMDB - Henrique Alves (Turismo) - pediu demissão.
Segundo Temer afirmou a Lula, de acordo com assessores, a decisão do partido de deixar o Governo foi acelerada pela nomeação do deputado Mauro Lopes para ministro da Secretaria de Aviação Civil mesmo após a convenção nacional do PMDB, no último dia 12, ter proibido integrantes do partido de assumir novos cargos no Executivo.

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