Agora é oficial. Por aclamação, o PMDB aprovou, nesta terça-feira (29), o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff e a entrega imediata dos cargos. Aos gritos de “Fora PT”, a reunião, que selou afastamento do governo, durou poucos minutos.
Os seis ministros do partido, assim como membros da sigla que ocupam postos no governo, devem deixar o cargo até o próximo dia 12 de abril. Na noite de ontem, o então ministro do Turismo Henrique Alves se antecipou ao posicionamento oficial da sigla e pediu demissão.
A decisão de hoje foi feita por aclamação. O vice-presidente Michel Temer (presidente do PMDB) e os ministros não participaram da reunião de hoje, comandada pelo senador Romero Jucá (RR).
“A partir de hoje, dessa reunião histórica, o PMDB se retira da base do governo Dilma Rousseff. Ninguém está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”, disse Jucá.
O rompimento do PMDB com o governo vinha sendo defendido há alguns meses por integrantes do partido como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, em julho de 2015, anunciou seu afastamento pessoal da base governista. O PMDB é o maior partido do Congresso Nacional com 68 deputados federais e 18 senadores.
O clima de tensão entre o governo e o PMDB ficou ainda mais evidente em dezembro do ano passado quando o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, enviou uma carta para Dilma (que acabou vazando para a imprensa) na qual acusou a presidente de mentir para “sabotar” o PMDB e de transformá-lo em um “vice-decorativo”.
No final do ano passado, o governo tentou se aproximar do PMDB e ampliou de seis para sete a participação do partido na Esplanada dos Ministérios. Na última segunda-feira (28), porém, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pediu demissão do cargo de ministro do Turismo.
No início deste ano, o governo voltou a tentar uma reaproximação com o PMDB apoiando a candidatura de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para a liderança do partido na Câmara, mas a medida parece não ter surtido o efeito desejado depois que, no último final de semana, o diretório estadual do PMDB no Rio de Janeiro, comandado por Jorge Picciani, pai de Leonardo, anunciou a intenção de romper com o governo.
O destino de outros ministros do partido como Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura) ainda é incerto.
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