Folha de S.Paulo - Valdo Cruz e Daniela Lima
Diante da certeza de um desembarque do PMDB, o governo Dilma vai oferecer a partidos como PP, PR e PSD cargos hoje em poder dos peemedebistas e a promessa de terem um papel de "protagonistas" caso a petista sobreviva ao impeachment.
Nas contas de assessores da presidente Dilma, quase 500 cargos podem entrar nas negociações se todos os peemedebistas decidirem seguir a decisão do diretório nacional do PMDB, na terça-feira (29), quando deve ser oficializado o rompimento.
Além destas três legendas, o governo vai fazer uma ofensiva de última hora sobre partidos menores e deputados individualmente, numa tática de operar no "varejão", para tentar garantir os 171 votos necessários para barrar o impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.
A estratégia começou a ser traçada em reunião na noite deste domingo (28) entre a presidente Dilma e sua equipe no Palácio da Alvorada, que daria o aval para as articulações no "varejão" depois de retornar de Porto Alegre.
Hoje, além do rompimento do PMDB, o Palácio do Planalto considera difícil reverter uma derrota na Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment, onde teria cerca de 25 dos 65 votos de seus integrantes.
A ordem é barrar a aprovação da abertura do processo de impeachment na votação em plenário da Câmara, prevista para o início da segunda quinzena de abril.
Hoje, o governo não teria os votos necessários. Os assegurados seriam atualmente no máximo cerca de 150.
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