Um dia após 18 dos 25 deputados federais da bancada pernambucana na Câmara votar pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a reportagem foi às ruas saber o que a população achou do posicionamento dos cinco parlamentares que votaram contra o processo. Adalberto Cavalcanti (PTB), Luciana Santos (PCdoB), Wolney Queiroz, Zeca Cavalcanti (PTB), Ricardo Teobaldo (PTN) e Silvio Costa (PTdoB) fizeram uma defesa da petista e definiram o impedimento como golpe.
“Achei o discurso dos que votaram contra muito mais coerentes, com conteúdo. Falaram da questão do crime de responsabilidade. No frigir dos ovos, o discurso de muitos que votaram a favor do processo foi como uma brincadeira de mal gosto. Um dos mais absurdos foi o do deputado que levou o filho para votar. É uma pena”, afirmou a empresária, Aurizete Nascimento de Menezes, 43, em uma referência a Eduardo da Fonte (PP). Ele, que foi aliado de Dilma e votou a favor do impedimento nos quinze minutos do segundo tempo, queria que o filho dele dissesse o “sim” em seu lugar. A iniciativa foi vetada pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB).
Favorável ao afastamento da presidente, o advogado Carlos Augusto Andrade disse que os deputados aliados à Dilma não conseguiram justificar o porquê as pedaladas ficais não configuram crime de responsabilidade. “Foram argumentos muito capengas. Me pareceu um conluio, uma confraria para fortalecer o governo, que, para mim, teve uma má gestão. O PT e aliados falam em golpe, mas não existe golpe quando há uma má gestão. Está obvio que a presidente driblou a prestação de contas” opinou Andrade, que, embora de direita, chegou a elogiar o primeiro ano de governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Ele de fato mostrou números e fez o Brasil melhorar, mas depois vi que ele iludiu a população. Ele pegou o governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso- PSDB), com o plano real regularizado, e lógico que os resultados vieram em seu governo. Depois o país começou a quebrar”, acrescentou o advogado.
Já o autônomo Marcos Menezes, 48, afirmou que alguns governistas mostraram que estavam votando de coração. "A deputada Luciana Santos, por exemplo, foi para lá defendendo o que ela acreditava. A gente via que era de verdade, ao contrário de outros que estavam ali por algum interesse, principalmente daqueles que votaram sim pelo impeachment. Havia alguns que estavam mais preocupados com a família, os parentes, os amigos". Em discurso, Luciana Santos lembrou parte da letra da canção Madeiras do Rosarinho, em que ressalta a força e o poder de luta do povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário