Segundo colocado na disputa pela Presidência em todos os cenários da última pesquisa Datafolha - em alguns deles em empate técnico -, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) consegue seu melhor desempenho entre eleitores mais ricos e com maior escolaridade.
O congressista chega a liderar as simulações entre os que completaram o ensino superior e entre os que informam renda familiar maior que cinco salários mínimos.
O deputado, que atinge 15% das intenções de voto no cenário em que concorre com Lula (PT), Marina Silva (Rede) e Aécio Neves (PSDB), chega a 21% entre os que concluíram faculdade, vai a 27% entre os que têm renda familiar mensal de R$ 4,7 mil a R$ 9,4 mil e atinge 28% entre quem ganha mais que isso.
Lula, que lidera este cenário com 30%, cai a 17% entre os que têm ensino superior e chega a 19% nos dois estratos de maior renda.
Pré-candidato declarado ao Planalto em 2018, o congressista tem rodado o país para se apresentar como uma alternativa ao que classifica como "vácuo político" - apesar de estar em seu sétimo mandato na Câmara.
Fenômeno nas redes sociais, adota um discurso de oposição extrema aos governos anteriores do PT e tem no currículo declarações polêmicas, como a de que não "estupraria" a colega Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merecia" - a frase o tornou réu no STF (Supremo Tribunal Federal), acusado de incitação ao crime de estupro.
O resultado da pesquisa em alguns estratos vai ao encontro do discurso difundido por Bolsonaro.
Entre as mulheres, por exemplo, ele tem metade das intenções de voto que angaria entre os homens. No primeiro grupo, chega de 6% a 10%, conforme o cenário. No segundo, salta para um patamar que varia de 15% a 22%.
Tal discrepância entre gêneros é incomum. No cenário em que Bolsonaro passa de 9% entre mulheres para 20% entre homens, Lula fica com 28% e 32%, respectivamente e Marina, com 13% e 16%.
O discurso antipolítico também encontra eco. Entre aqueles que declaram não ter preferência por nenhum partido, a simpatia por sua candidatura oscila positivamente - cresce para 17% contra 15% no universo completo.
É o movimento contrário, por exemplo, do que acontece com Lula, que cai de 30% no universo total para 22% entre os que não manifestam predileção partidária, ou com Aécio que oscila negativamente, de 8% para 6%, nesses dois grupos.
Popular nas redes sociais, Bolsonaro pontua melhor entre os jovens. No cenário em que tem 15% no conjunto de eleitores, atinge 20% no grupo dos que têm entre 16 e 24 anos, sua melhor faixa etária.
Sua popularidade decresce gradualmente conforme aumenta a idade do eleitor, até chegar a 7% de intenção de voto quando considerado apenas o grupo com 60 anos ou mais.
A distribuição regional de seu eleitorado mostra também que o sucesso do parlamentar não é um fenômeno restrito ao Sudeste. Com exceção do Nordeste, onde tem 10% neste mesmo cenário, o deputado se mantém em um patamar de 15% a 17% nas outras quatro regiões.
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