Por Rebeca Silva
Enfraquecido desde 2012, quando perdeu o comando da Prefeitura do Recife, o PT corre para recuperar o que foi perdido. Com o advogado Bruno Ribeiro à frente da direção estadual do partido pelos próximos dois anos, os petistas sonham alto. Nos bastidores, a legenda já começou a trabalhar o nome do superintendente da Sudene e ex-prefeito da cidade, João Paulo, para a disputa municipal. Ele é visto como o quadro mais forte do partido, mas tem à frente um caminho pedregoso, onde também terá que enfrentar o pente fino do Tribunal de Contas do Estado que deverá julgar as contas da gestão de 2008.
Em Olinda, depois de 16 anos de aliança, os petistas querem o apoio do PCdoB, que detém o comando do Executivo. No entanto, os comunistas lançarão a deputada federal e ex-prefeita da cidade, Luciana Santos.
Otimista com o rumo da legenda nas eleições, Bruno Ribeiro concedeu entrevista ao blog. Nas respostas, buscou mostrar um PT unido e amadurecido e deixou claro que o partido não pretende ficar à sombra de outro. De forma resumida, ele falou sobre as disputas no Recife, Olinda, ambas na Região Metropolitana, e Petrolina, no Sertão do estado.
Depois que o PT perdeu a Prefeitura do Recife, o partido perdeu densidade. Como o senhor avalia a situação hoje?
Esse episódio foi parte de um contexto difícil que era a aliança que tinha com o PSB, depois de longos anos. Esta aliança foi muito boa inicialmente entre PT e PSB, para o governo de Lula, que teve o apoio do PSB, foi melhor ainda para o governo do PSB, para o povo de Pernambuco, mas não foi boa para o PT no estado. Agora estamos livres para poder comparecer (no pleito) com acervo de coisas que o PT fez e mudou Pernambuco. Há 10 anos Pernambuco vivia muito vinculado à zona da mata, produzindo álcool, tentava, há 30 anos, construir um porto. Hoje, ele refina petróleo, fabrica navio, carro, tem complexo portuário, transpõe água no sertão. Estamos vivendo pela primeira vez a seca sem mortes, sem saques. Vamos chegar em 2016 com muitas coisas feitas em Pernambuco e no país.
Então o PT vai ter candidato no Recife?
Com certeza vamos ter uma candidatura própria. É um sentimento majoritário no partido, mas também no diretório. Hoje o convívio está muito maduro, muito afinado. Depois de um período de dificuldades internas, hoje somos um partido muito mais maduros para enfrentar desafios que estão colocados. 2016 temos dois semestres diferentes. No primeiro teremos a defesa da democracia, a luta contra golpismo, a defesa do mandato da presidente Dilma. No segundo teremos as eleições.
O candidato deverá ser o ex-prefeito do Recife, João Paulo?
Com certeza. Em 2012 o PSB apresentou um candidato que tinha dito que tinha feito tudo no país e no Recife. Ele chegou na prefeitura tão exausto de ter feito tanta coisa que ele não tem feito nada. Isso tem chamado, na memória das pessoas, o PT, o nome de João Paulo. Mas não estamos com foco no nome. Temos alguns nomes, que vão desde Fernando Ferro e João da Costa, mas agora estamos debatendo o conteúdo. Qual o projeto que o PT vai apresentar para o recife.
E em Olinda? Haverá candidatura? Em 2015 algumas tendências chegaram a divulgar o rompimento com o prefeito Renildo Calheiros...
Não se debate o rompimento com gestão. Temos uma aliança histórica com o PCdoB em Olinda e no país. O que acontece lá é que todas as tendências aprovaram um indicativo de candidatura própria. Temos um partido aliado cujo prefeito não pode se candidatar à reeleição e o PT está discutindo um nome para apresentar. É natural e temos legitimidade para querer que em 2016 tenhamos o apoio do PCdoB.
Mas o PCdoB deverá lançar a deputada federal Luciana Santos...
É um nome com todas as qualidades. Ela tem grande aceitação, mas ainda não está colocada de forma oficial. Não foi lançada. Temos também dentro do PT nomes que estão sendo discutidos, como Teresa Leitão. Espero desse debate uma candidatura, com o PCdoB, e que o curso dele fortaleça as forças populares na cidade.
E Petrolina? O PT sairá com o deputado estadual Odacy Amorim? Nos últimos dias houve um boato de que ele sairia do partido...
O PT tem candidatura própria que é a de Odacy. Só depende de Odacy. Ele tem uma credibilidade e competividade muito grande em Petrolina. Mas deixa eu brincar com verdade. Tem se especulado muito os rumos que o PT adquiriu nesse país e em Pernambuco, se tem uma coisa sobre boato, é sobre o PT. Ultimamente se especula demais sobre saída de Odacy. Ele será a candidatura do PT e nós estamos juntos. Conversamos com Rui Falcão e estamos empenhados nas conversas com partidos da base aliada, buscando alianças. Odacy tem conversado com PDT, com PMDB, PCdoB, PROS.
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