Por Ângelo Castelo Branco
Desculpem se cometo um equívoco, mas não concordo com a presidente Dilma quando ela fala de "traição" referindo-se aos que votaram a favor do julgamento do impeachment.
Não há traição no jogo republicano a não ser quando se descumpre a constituição que se jurou obedecer. O voto pronunciado no âmbito de uma sessão congressual com a chancela inclusive da suprema corte federal não configura em absoluto uma traição e sim uma posição política e ideológica de cada juízo.
As matérias que chegam ao plenário do congresso nacional são originárias do interesse público e não vinculados a projetos de poder de quem quer que seja. Os inquilinos do poder público brasileiro confundem frequentemente os contraditórios expostos pelos partidos políticos, como se fossem desfeitas de ordem pessoal.
A república é uma coisa e o rancor pessoal é outra. Dilma perdeu na Câmara Federal porque seu modelo econômico não serve ao desenvolvimento e porque a sua visão política é ideologicamente voltada para apenas um segmento da sociedade.
O palácio do Planalto não é sede de partido político e sim de governos que estão constitucionalmente obrigados a governar para todos e não apenas para os seus eleitores.
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