Presidente afastada faz ação preventiva para tentar preservar biografia
Blog do Kennedy
Pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff aponta diretamente a responsabilidade por caixa 2 para o seu próprio partido. Quando João Santana confessou ao juiz Sérgio Moro que havia recebido dinheiro de caixa 2 no exterior para quitar dívida de campanha, Dilma disse que, se isso realmente aconteceu, não foi com o conhecimento dela.
Nesta quarta, Dilma deu um passo adiante. Afirmou que, como a dívida foi paga em 2013, três anos após a campanha, isso já seria um problema jurídico e econômico do partido. É uma resposta ruim, de quem busca fugir de suas responsabilidades.
A presidente sempre argumentou que pagou quantias significativas para Santana fazer as campanhas e que, portanto, não se justificava a hipótese de que teria havido caixa 2. Ou seja, já havia pagado caro e o suficiente.
Diante da confissão do marqueteiro sobre 2010, ela agora jogou o problema diretamente para o PT. Dilma fez isso porque sabe que virão mais revelações de Santana e de executivos de empreiteiras falando de caixa 2 na campanha de 2014.
Marcelo Odebrecht sustentará, de acordo com os investigadores, que a alertou em 2015 sobre a possibilidade de a Lava Jato descobrir que houve caixa 2 na campanha dela em 2014 por meio de pagamentos no exterior. Com a afirmação dada ontem, Dilma já deixa a porta aberta para responsabilizar o PT por eventual dinheiro irregular na campanha à reeleição.
Desde a conquista da Presidência em 2010, Dilma começou a se distanciar do PT. Com a reeleição, ignorou o partido e levou para ministros palacianos políticos com os quais tinha amizade e se afastou ainda mais da legenda.
Diante do provável e iminente impeachment, a presidente faz uma ação preventiva para tentar preservar a sua biografia e deixar a conta da corrupção para o PT e o ex-tesoureiro do partido João Vaccari.
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