A comissão especial do impeachment do Senado vota, hoje, em sessão convocada para às 9 horas, o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) que recomenda que a presidente afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento final no plenário do Senado. Na última sessão de leitura do relatório, ontem, ocorreram debates acalorados entre senadores da oposição e da base de apoio ao Governo Michel Temer.
No parecer apresentado ao colegiado, Anastasia afirmou que a petista cometeu um “atentado à Constituição” ao editar decretos de créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional e ao autorizar as chamadas "pedaladas fiscais". Antes do início da discussão do relatório, o líder da oposição, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pediu a palavra para protestar contra uma suposta articulação do presidente em exercício, Michel Temer, para acelerar o fim do processo de impeachment.
Lindbergh reclamou especificamente do fato de Temer ter se reunido, ontem, no Palácio do Planalto, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O encontro entre os dois caciques peemedebistas não constava na agenda oficial deles. Ao retornar da audiência com o presidente em exercício, Renan negou no Senado que tivesse recebido pedidos para agilizar o processo de afastamento de Dilma. Segundo ele, a reunião foi para tratar da “pauta legislativa”.
No entanto, na mesma entrevista em que admitiu a reunião com Temer, o presidente do Senado disse que iria trabalhar para concluir o processo de afastamento do petista em agosto. Na ocasião, ele chegou a ressaltar que a ida do presidente em exercício para a reunião do G20, na China, sem a decisão do Senado sobre o impedimento de Dilma seria “ruim”.
Senadores da base governista não gostaram da interferência do petista e passaram a discutir com ele. O senador Magno Malta (PR-ES) disse que Lindbergh estava querendo “tumultuar” a sessão. Por sua vez, o advogado da presidente afastada, ex-ministro José Eduardo Cardozo, diz que o senador Antônio Anastasia não conseguiu se libertar da "paixão partidária" ao elaborar o relatório que recomenda que a petista seja levada a julgamento final no plenário do Senado.
Por Magno Martins
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