Por Magno Martins
Leia Já - Thabata Alves
A
rivalidade entre PT e PSB foi foco do encerramento do debate entre os
candidatos à Prefeito do Recife na noite desta quinta-feira (29). O tema
que provocou embate direto do prefeito e candidato à reeleição com o
postulante e ex-prefeito João Paulo foi a saúde. O questionamento sobre o
assunto ficou a cargo do pessebista, que quis saber quais as propostas
do petista.
De
acordo com João Paulo a saúde piorou na gestão de Geraldo com a “falta
de medicamentos essenciais para a nossa população como a diabete, a
pressão, a falta de médicos, a falta de capacitação, a falta de diálogo
com os próprios servidores. Há uma insatisfação dos servidores públicos
em todas as áreas. A qualidade das nossas maternidades, com respeito as
mães. Na minha gestão nós deixamos as três maternidades com a premiação
do Unicef como Maternidade Amiga da Criança, recuperamos equipamentos,
implementamos os agentes de saúde que, inclusive, trabalhavam através de
uma cooperativa. Através de uma lei federal do deputado Maurício Rands,
ex-deputado, conseguimos incorporar esses servidores a rede pública e
vamos tornar a criar o hospital da criança na nossa cidade, porque a
nossa cidade precisa”.
Depois
de pontuar o que fez e quais seus projetos futuros para a cidade, caso
seja eleito, o ex-prefeito provocou Geraldo ao citar que o vice-prefeito
de João da Costa (PT) era do PSB. “E quero dizer que quando o Geraldo
reclama dos quatro anos, ele parece que tem memória curta, o vice era
Milton Coelho, que era do PSB. Então essa responsabilidade, se foi
assim, que não foi, é sua”, cravou durante o debate promovido pelo
Globo.
Ao
ter sua fala retomada, o candidato à reeleição disparou: “Olha
candidato João Paulo, com todo o respeito, acho que o senhor está
confundindo. Você governou o Recife por 12 anos com João da Costa. João
Paulo e João da Costa governaram o Recife por 12 anos. João Paulo foi
prefeito por oito anos e o outro indicado pelo primeiro por mais quatro
anos. João Paulo e João da Costa 12 anos no Recife”. Ele também pontuou o
programa Mãe Coruja. “Quase quatro mil gestantes foram cadastradas, a
gente garante as sete consultas de pré-natal, três ultrassonografias,
assistência completa ao parto e o atendimento da criança até os cinco
anos de idade. Conseguimos reduzir a mortalidade infantil pela primeira
vez. Fazia muitos anos que a mortalidade infantil não era reduzida aqui
na cidade. E agora para tratamento de AVC, hipertensão, diabetes,
fisioterapia. Nós vamos construir o hospital do idoso no Recife. Nós
fizemos um hospital e vamos fazer outro para atender uma demanda que
existe. Você que está em casa sabe que a pessoa idosa precisa desse
atendimento e agora eles vão ter um atendimento de qualidade
Na
conclusão do bloco de perguntas e respostas, João Paulo contestou as
realizações da gestão de Geraldo. “Olha, todas essas questões que ele
está propondo não são na cidade do Recife, deve ser em qualquer outro
canto do mundo”. Segundo o petista, a população se queixa do descaso com
a saúde. “O reclame é em todo canto, as mães não têm lugar para
socorrer seus filhos. As pessoas estão doentes e não têm o atendimento, o
médico tem que se deslocar e nós vamos dar, Geraldo, aquela qualidade
que eu deixei na nossa gestão, na gestão do PT na saúde. Vamos a ter a
medicação, voltar a dar autoestima aos nossos servidores, voltar ao
programa de saúde bucal, eu criei três urgências odontológicas: na
Campina do Barreto, no Ibura e em Afogados, que hoje estão fechadas”,
criticou.
Em
seguida, o mediador, o jornalista Márcio Bonfim abriu espaço para as
considerações finais. A primeira a falar foi Priscila. A democrata disse
que essa é uma eleição de dois turnos e pontou que sua campanha foi
marcada por “amor” ao Recife, de proposições e respeito a cidade. Depois
João rememorou sua atuação de 46 anos na militância política “em portas
de fábricas, nas ruas, na comunidade, eu caminhei muito essa cidade e
vi uma situação de muito abandono e de muitas dificuldades que o nosso
povo vive. Foi isso que me trouxe ao coração uma energia
extraordinária”. Ele ainda se disse seguro estará no segundo turno. O
tucano Daniel se colocou como a real opção de “mudança” na disputa
eleitoral do Recife. “Falamos ao longo dessa jornada em funcionar o que
já existe, em detrimento de sair prometendo um monte de coisa que depois
não vai ser cumprido”. Nós construímos ao longo desse tempo uma
alternativa real de mudança. Todas as pesquisas estão mostrando que essa
mensagem está sendo muito bem recebida. É por isso que todos os
institutos têm que reconhecer que nós estamos crescendo e nos
aproximando da segunda posição. A partir daí a certeza que nós vamos
estar no segundo turno, ela nasce da sua esperança de construir um
Recife diferente”.
Já
Geraldo falou da descrença na política por parte da população devido a
situação de crise instalada no país. Mas se apresentou como “parte de
uma nova geração de políticos e tenho compromisso com o trabalho, com o
realizar e com o fazer”. Ele pediu a confiança do eleitor para que possa
“renovar a esperança de construir uma cidade melhor” e garantiu que vai
“lutar, sobretudo, por aqueles que mais precisam”.
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