Protagonista de um bate-boca na reunião em que a Câmara dos Deputados barrou a convocação do ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, nesta quarta-feira (23), o deputado federal Paulão (PT-AL) rebateu duramente os xingamentos feitos pelo colega Wladimir Costa (SD-PA) contra seu partido e acusou o rival de ter sido “preso e envolvido com drogas”. Mas o teto de Paulão é de vidro. Assim como Costa tem suas encrencas com a Justiça Eleitoral, o petista terá sua condenação confirmada no próximo dia 28.
O deputado alagoano que preside o PT em Alagoas foi condenado a ressarcir R$286.765,29 por empréstimos fraudulentos contratados junto ao Banco Rural, no processo resultante da Operação Taturana. O recurso do deputado foi negado, no último dia 3, por unanimidade dos desembargadores da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
A Taturana é o maior escândalo da história política de Alagoas, e Paulão sempre foi um ferrenho oposicionista e defensor da ética e da moralidade pública.
Em meio à confusão, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara rejeitou a convocação de Geddel e do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou o auxiliar de Michel Temer (PMDB) de pressioná-lo para liberar uma obra embargada pelo Iphan, em área tombada de Salvador-BA, onde Geddel comprou um apartamento. O caso de tráfico de influência está sendo minimizado por governistas.
O bate-boca
Ao agredir petistas, Wladimir Costa acusou a bancada do PT de ter “Geddelfobia” e de usar um “discurso de ódio”. “Quem é o PT para vir cobrar moralidade, ética. O PT nada mais é do que uma grande organização criminosa. Quem quer falar com vocês é o juiz Sérgio Moro. Lave a boca com soda cáustica para falar do ministro Geddel. Seus imundos, irresponsáveis, desqualificados, despreparados. São uns bandidos, patifes, ladrões que vêm atacar o governo Temer e tentar denegrir a imagem do ministro Geddel”, esbravejou deputado paraense.
Ao levantar questão de ordem, Paulão elogiou adversários que fizeram o debate respeitoso e acusou Wladimir de já ter sido preso e de ser envolvido com drogas. “Isso é um bandido! Bandido é você. Você é bandido, rapaz! Você foi preso. É envolvido em droga”, rebateu Paulão, enquanto Wladimir baixava ainda mais o nível: “Preso foi tua mãe, seu vagabundo! Só se foi a prostituta da tua mulher!”.
Condenado
A condenação de Paulão foi pela prática de atos de improbidade administrativa dispostos na lei nº 8.429/92: Enriquecimento ilícito (Art 9º); prejuízo ao erário (Art 10º); atentar contra os princípios da administração pública (Art 11º). O julgamento foi adiado devido a dúvidas de desembargadores quanto a outros réus no processo.
Ao candidato petista Paulão é atribuída a prática de pagamento de empréstimos pessoais, por meio da utilização de recursos públicos. Um exemplo nos autos é a utilização de cheque de R$ 30 mil, da Assembleia, para garantir o pagamento de parcela de um empréstimo que o petista contraiu.
Além do ressarcimento do dano ao erário, mais multa civil e custas processuais, Paulão foi condenado à suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo de 10 dez anos; perda do cargo, emprego ou função pública exercido; e impossibilidade de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios por dez anos.
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