Do G1, em Brasília
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira (29) maior participação do PSDB no governo do presidente Michel Temer.
Principal partido de oposição à gestão de Dilma Rousseff, o PSDB passou a integrar o governo em maio deste ano, quando Temer assumiu o comando do Palácio do Planalto, ainda como presidente em exercício, após o afastamento de Dilma, em razão do processo de impeachment que ela enfrentava no Congresso Nacional.
Atualmente, o PSDB comanda três ministérios: Relações Exteriores (José Serra), Cidades (Bruno de Araújo) e Justiça (Alexandre de Moraes). Além disso, o líder do governo no Senado é o tucano Aloysio Nunes (SP), candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2014, formada com o senador Aécio Neves.
"Considero interesse público ampliar o papel do PSDB no governo [...]. É para evitar que o PSDB se divida. É importante trazer o PSDB como um todo. Nós temos um momento de travessia econômica [...] e é importante o papel estratégico do PSDB", afirmou Renan Calheiros.
O presidente do Senado deu a declaração após ser questionado por jornalistas sobre se o governo está preocupado com com uma possível saída dos tucanos da base aliada, porque o PSDB deve ter candidatura própria nas eleições presidenciais de 2018.
Substituto de Geddel
Questionado sobre se um integrante do PSDB deve assumir a Secretaria de Governo, uma vez que Geddel Vieira Lima (PMDB) pediu demissão na semana passada, Renan evitou responder diretamente.
O peemedebista limitou-se a dizer que esta é uma oportunidade para "remodelar" a participação dos partidos no governo.
Durante o fim de semana, Renan se reuniu com o presidente Michel Temer e um dos assuntos do encontro foi a saída de Geddel após acusações de que o ex-ministro pressionou Marcelo Calero (ex-chefe da Cultura) para liberar a obra de um prédio embargado em Salvador no qual Geddel tem um apartamento.
"Acho que o PSDB pode e deve assumir qualquer função do governo, e acho que essa oportunidade [a saída de Geddel] é, sobretudo, uma oportunidade para remodelar o governo do ponto de vista da participação dos partidos, programaticamente", disse o senador alagoano.
O presidente do Senado disse, ainda, que é melhor o governo ser "influenciado" pelo PSDB "do que pelo ex-deputado Eduardo Cunha", preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Após essa declaração, o G1 questionou Renan sobre sele quis dizer que o governo Temer estava sob influência de Cunha, e o senador respondeu: "Não quis dizer nem que este nem que o governo passado é influenciado pelo Eduardo Cunha, mas, sem dúvida, é melhor ser influenciado pelo PSDB do que pelo Cunha".
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