A saída do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, pegou muita gente de surpresa, ontem, inclusive colegas de equipe no Governo Paulo Câmara. Há quem desconfie de outras razões, mas pelo que ouvi do próprio Norões, numa visita ao seu gabinete na reta final da campanha, em outubro passado, não há um componente de natureza política.
Norões comunicou ao governador que precisa se dedicar ao seu escritório de advocacia, um dos mais estruturados e conceituados do Estado, que vem sendo tocado pela sua esposa desde que, convocado pelo ex-governador Eduardo Campos, com quem tem parentesco, assumiu a Procuradoria Geral do Estado. Nesta função, contrariou o ex-governador João Lyra Neto, hoje no PSDB, num episódio que não ficou esclarecido até hoje e acabou demitido.
Na conversa com este blogueiro, Norões revelou que já havia dado a sua cota de contribuição à vida pública e aos governos do PSB e que só havia trocado o seu escritório por um cargo na gestão de Eduardo para atender ao então amigo. Na verdade, o secretário é um advogado extremamente bem-sucedido no campo das finanças e estava perdendo clientes, ou seja, no prejuízo, por não poder atender tantas demandas.
“Quem sempre tocou o meu escritório fui eu”, chegou a afirmar, com um ar cansado da vida pública. Pode ser até que haja outra motivação mais séria, para ele encerrar a trajetória pública, mas pelo que senti e tendo em vista o teor da sua carta jogando a toalha, tudo leva a crer que sua arrumação de malas se deu mesmo por questões de ordem pessoal.
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