Em Caruaru, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) anda tão no mundo da lua que acha que seu nariz é capaz de interferir em assuntos que só o Congresso Nacional tem poderes: a Constituição. Em projeto enviado à Câmara de Vereadores, a nobre tucana tentou reduzir de seis para quatro meses o direito à licença maternidade e sofreu, evidentemente, sua primeira e vergonhosa derrota na Casa.
Será que essa ideia de jerico partiu mesmo da sua cabeça? Tenho impressão que sim, porque o que se diz em Caruaru – e até as paredes da Prefeitura sabem – é que ela não escuta ninguém. Até o pai, um político tão experiente, que já governou o município, foi deputado estadual e governador do Estado por nove meses, deixou de meter a sua colher no angu da filha, depois de se convencer que prega no deserto.
Tão cegos quanto à prefeita, 15 vereadores ainda se submeteram ao vexame de votar a favor da maluca iniciativa. Não fosse o vereador Daniel Filizola, da bancada do PT, que de forma competente alertou para a inconstitucionalidade da matéria, a Câmara de Caruaru teria produzido, ontem, uma tremenda agressão à Constituição.
Na verdade, a prefeita, eleita em nome da mudança e dos avanços sociais, deu mais uma demonstração de que entre o seu discurso e a prática existe de fato uma distância muito grande. Cortar dois meses de licença maternidade, direito garantido pela Carta Magna, é apunhalar mulheres que, com o seu voto, deram carta branca a uma mulher para comandar os destinos de Caruaru.
Raquel faz coisas inacreditáveis. Esta semana, por exemplo, levou o secretariado para uma reunião num hotel de luxo em Gravatá. Quanto custou a lambança aos cofres da pobre municipalidade? Ela pouco está se lixando, até porque reduziu a pó a estrutura que o ex-prefeito José Queiroz (PDT) criou para reuniões de monitoramento do secretariado. Raquel está tão perdida que apenas para irritar o deputado federal Wolney Queiroz (PDT), majoritário no município, escolheu Guilherme Coelho, com base no Sertão do São Francisco, como seu porta-voz junto à bancada federal.
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