Do G1
A presidente Dilma Rousseff fez, hoje, um "apelo" contra o que ela chamou de "vale-tudo" para atingir "qualquer governo, seja federal, estadual ou municipal". Ela deu as declarações durante um discurso em evento de entrega de imóveis do Minha Casa Minha Vida em São Luís, no Maranhão.
No discurso, Dilma falava da crise pela qual o país passa. Disse que se trata de uma "travessia", uma situação "temporária", e que trabalha para que dure o mais breve possível. Em seguida, se dirigiu à plateia e afirmou que faria um apelo.
“Vou fazer um apelo. Vamos repudiar sistematicamente o vale-tudo para atingir qualquer governo, seja o governo federal, seja o governo dos estados, dos municípios", disse a presidente. "No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida que eu já disse do 'quanto pior, melhor’, é a população do país, dos estados e dos municípios', disse.
"Ninguém que pensa no Brasil, ninguém que pensa no povo brasileiro deve aceitar a teoria dos processos que falam: 'eu não gosto do governo, então, vou enfraquecer ele. Então, eu aposto no quanto pior, melhor'. Quanto pior, melhor para quem? Para quem? É pior para a população, para o povo e para todos nós", continuou a presidente.
As declarações de Dilma surgem em um momento em que o governo passa por dificuldades para ter o apoio da base aliada. Em sucessivas votações no Congresso, os parlamentares têm votado contra os interesses do Palácio do Planalto, em alguns casos criando despesas que o governo considera inadequadas no momento de crise.
No discurso em São Luís, Dilma disse ainda que o Brasil precisa de pessoas que pensem primeiro no país e depois em partidos políticos e interesses pessoais.
A plateia para qual se dirigia a presidente era formada por beneficiários do Minha Casa e militantes com a bandeira do PT, que aplaudiram em vários momentos a fala da presidente.
"O Brasil precisa de uma coisa: o Brasil precisa muito, mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, pensem no que serve à nação, à população brasileira e, depois, pensem em seus partidos e nos seus projetos pessoais", afirmou a presidente.
Dilma disse ainda que o governo não concorda com medidas que, segundo ela, levam o "caos" às contas públicas.
“Nós não concordamos com nenhuma medida aprovada que leve à instabilidade tanto econômica quanto política no país. Nós não concordamos com medidas que levem ao caos as finanças do governo federal, dos estados e dos municípios”, disse.
Apoio à presidente
Durante o evento, o governador do Maranhão, Flávio Dino, usou seu discurso para defender a presidente Dilma. Ao dirigir-se à plateia, ele afirmou que o estado é contra "qualquer tipo de golpe que é ensaiado no nosso país neste momento."
Dino disse também saber que o Brasil enfrenta as consequências da crise econômica mundial, mas que o estado defende o governo porque quer a continuidade de programas como o Bolsa Família, Luz Para Todos o Programa Universidade para Todos (Prouni).
"É claro que todos nós que aqui estamos somos contra a corrupção e defendemos a apuração, a investigação de quem quer que seja que tenha cometido qualquer tipo de coisa errada. Agora, separamos as coisas: nós defendemos que haja tudo isso, mas com respeito à Constituição, com respeito à democracia e às regras do jogo que foram estabelecidas por nossa nação", disse o governador.
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