Blog do Kennedy
O ritmo de decisão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff dependerá de dois fatores que ficarão mais claros nos próximos dias.
Primeiro, se o STF (Supremo Tribunal Federal) tomará uma decisão definitiva nesta quarta-feira que será aceita por governo e oposição ou se esse embate jurídico vai se estender pelos próximos dias e semanas.
O segundo fator é a permanência ou não de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Câmara. Cunha é um peso para quem defende o impeachment.
O presidente da Câmara é um dos principais motivos da baixa adesão aos protestos de ontem _mais do que o tempo exíguo para convocação. O país inteiro só discute impeachment, o noticiário só trata disso. O país está informado sobre o debate do impeachment.
Um político cercado de denúncias de corrupção ter dado o pontapé no impeachment em revanche por não ter sido protegido pelo PT no Conselho de Ética da Câmara afasta boa parte da opinião pública das ruas e da tese de queda da presidente Dilma Rousseff.
O governo tem um argumento forte para acelerar uma decisão sobre o impeachment: a atual paralisia administrativa e econômica do Brasil.
Faz sentido esticar esse processo por mais três meses? Do ponto de vista da vida real das pessoas e das empresas, não.
A insistência do PSDB nessa estratégia pode permitir ao governo carimbar a oposição como mais focada em chegar ao poder sem voto, pelas mãos do vice-presidente Michel Temer, do que realmente preocupada em resolver os problemas do país.
Na hipótese de o Supremo decidir na quarta e todos os lados aceitarem isso, Eduardo Cunha vai tentar arrastar essa discussão para depois do recesso, porque interessa ao peemedebista manter paralisado o processo no Conselho de Ética.
Cunha continuará mantendo a Câmara refém dos seus interesses? Se o Supremo anular a comissão especial eleita na semana passada no voto secreto, ele fará logo uma votação para formar a nova comissão ou adotará novas manobras regimentais protelatórias?
As respostas a essas questões, que deverão ser dadas nos próximos dias, ditarão o ritmo da guerra do impeachment.
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