quinta-feira, 3 de março de 2016

A casa caiu

Carlos Brickmann
Na campanha de Dilma, eram conhecidos como os Três Porquinhos, que cuidavam de tudo. Um porquinho, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, saiu por doença. Só restaram dois. O segundo porquinho, o chefe da Casa Civil Antônio Palocci, alvejado por acusações diversas, houve por bem sair do Governo. Só restou um. Num Governo tão esquisito que juntava os leitões ao ministro Lobão, José Eduardo Cardozo, o porquinho 3, dizendo-se cansado dos ataques de adversários e aliados, trocou o Ministério da Justiça pela Advocacia Geral da União, no lugar de Luiz Inácio Adams. Para Dilma, não restam mais porquinhos. Nem a casa bem construída por uma boa empreiteira resistiu: o sopro levou.

Não restam mais porquinhos, e os aliados que lhe sobraram são poucos e não muito poderosos. Lula queria Nelson Jobim na Justiça, talvez achando que, com seu estilo trator, seria capaz de enquadrar a Polícia Federal; e Dilma nomeou o procurador Wellington César, da Bahia), indicado pelo chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Lula queria Henrique Meirelles na Fazenda, Dilma optou por Joaquim Levy, primeiro, e Nelson Barbosa, depois. Distanciou-se de seu padrinho político. E, se nem Lula aguenta Dilma, quem há de?

Cardozo há muito ameaçava deixar o cargo e Dilma sempre o convenceu a ficar. Desta vez, ele vazou a notícia a jornalistas muito amigos, deixando-a sem condições de insistir. Dilma o levou então para a AGU, para mantê-lo por perto.

Tem gente que não percebe quando a sorte a abençoa.



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