O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 16, em entrevista à agência de notícias Reuters, que há "chance zero" de que ele seja atingido pelas investigações realizadas pela Operação Lava Jato. "Nós não estamos preocupados", disse Temer. "Não há a menor chance disto."
O presidente afirmou ainda considerar que os depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht – nas quais há a expectativa de que até 200 políticos sejam citados – não ajudam a "estabilidade", mas que não causariam a paralisação da agenda legislativa ou divisões na coalizão governista.
O nome do presidente já foi citado em ao menos dois dos acordos de delação. Segundo o ex-executivo Cláudio Melo Filho, Temer teria pedido "apoio financeiro" para as campanhas do PMDB em 2014 a Marcelo Odebrecht, que teria se comprometido com um pagamento de R$ 10 milhões.
Outro ex-executivo do grupo, Márcio Faria, relatou em sua colaboração uma reunião, em 2010, na qual Temer e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teriam pedido recursos para a campanha eleitoral daquele ano em troca de beneficiar a empreiteira em contratos com a Petrobras. O peemedebista nega irregularidades e afirma que todas as doações recebidas foram devidamente registradas.
Nos sete meses de governo, a operação também provocou baixa de ministros de Temer, envolvidos de alguma forma nas investigações, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou a pasta do Planejamento, e Henrique Eduardo Alves (PMDB- RN), que pediu demissão do Turismo.
Na entrevista, Temer voltou a negar que esteja interessado em disputar a reeleição em 2018. "Nós estamos focados em colocar o Brasil de volta na pista. E nós ainda temos dois anos para isso", afirmou o peemedebista, que se definiu como um "presidente zelador".
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