Folha de São Paulo
A ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, afirma que a nomeação de Moreira Franco para o ministério de Michel Temer é "muito diferente" da indicação do ex-presidente Lula para a Casa Civil de Dilma Rousseff.
O juiz da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, Eduardo Rocha Penteado, comparou os dois casos ao anular a portaria que nomeou o peemedebista.
Em decisão liminar, ele afirmou que Lula e Moreira foram nomeados com o mesmo objetivo: ganhar foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal nas investigações da Lava Jato.
Segundo a ministra Grace, há ao menos duas diferenças entre os casos. Ela sustenta que Moreira já estava no governo e que não existem gravações para sustentar a tese de que o objetivo da nomeação foi blindá-lo da Justiça.
A chefe da AGU se reunirá ainda nesta quarta (8) com o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Hilton José Gomes de Queiroz, para pedir a suspensão da liminar.
A ministra já se preparava para defender a nomeação no Supremo Tribunal Federal, em ação movida pela Rede Sustentabilidade.
DELAÇÃO
Moreira Franco foi citado 34 vezes na delação de Cláudio Melo Filho, lobista da Odebrecht que lidava com políticos em Brasília. Ele apontou o peemedebista como operador de recursos do PMDB.
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba, também tem ameaçado comprometer Moreira caso venha a fazer uma delação premiada.
O ministro afastado ainda não falou sobre a liminar. Ao tomar posse, na última sexta (3), ele negou ter sido nomeado para se proteger da Justiça.
"Há uma diferença muito grande das tentativas que foram feitas no passado. Estou no governo, não estava fora do governo", disse Moreira, referindo-se ao ex-presidente Lula.
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