Congresso em Foco
Na liderança entre os parlamentares com maior número de processos tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados Roberto Góes (PDT-AP), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Zeca Cavalcanti (PTB-PE) também carregam outra peculiaridade em comum: foram prefeitos em seus respectivos estados e a maior parte das ações estão relacionadas com suas gestões passadas. Réu em dez processos e investigado em outros sete, o deputado Roberto Góes é o líder, entre os parlamentares da atual legislatura, em ações que correm no STF. Em seu estado, no Amapá, foi eleito com 22.134 votos. Desde que assumiu o cargo no Congresso, suas pendências com a Justiça só aumentam.
No último levantamento do Congresso em Foco, em 2015, o parlamentar já era campeão de complicações na Justiça – na ocasião, com 12 ações naquela corte. O número de processos contra o deputado, no entanto, já chega a 17. Logo abaixo dele, com 12 processos, está o deputado Veneziano Vital do Rêgo e, em seguida, o colega Zeca Cavalcanti.
Na maior parte dos processos, os casos envolvem procedimentos que tramitavam nos estados de origem dos acusados e são relacionados às respectivas gestões no executivo estadual. Como integrantes do Congresso, os deputados passam a ter foro privilegiado e as ações sobem para o Supremo, já que, diante da prerrogativa, só respondem criminalmente diante da mais alta corte do país.
Roberto Góes lidera, inclusive, no número de denúncias. O parlamentar é réu em 10 ações penais e investigado em outros sete inquéritos. No seu histórico com a Justiça já consta uma decisão de cassação e uma prisão. Em 2008, o deputado, então prefeito de Macapá, teve seu mandato cassado. No entanto, a decisão foi revertida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP). Em 2010, durante a Operação Mãos Limpas, ainda prefeito, ficou preso preventivamente por dois meses no Complexo da Papuda, em Brasília.
A Operação desarticulou um esquema de desvio de verbas federais operado por servidores públicos e políticos amapaenses, entre eles o então governador, Waldez Góes (PDT), primo de Roberto Góes. Ao voltar para casa, em 12 de fevereiro de 2011, Roberto Góes foi recebido com festa no aeroporto. A prisão não foi suficiente para que o parlamentar perdesse o mandato. Ele reassumiu ao chegar ao seu estado.
Veja quais são os processos que envolvem os parlamentares:
Roberto Góes (PDT-AP)
Ações Penais: 916 (peculato), 924 (peculato e crimes de responsabilidade), 928 (aumento de despesas com pessoal no último ano de mandato), 936 (crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético), 949 (crimes de responsabilidade), 970 (crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, quadrilha ou bando, falsificação de documento e crimes da lei de licitação), 984 (crimes de responsabilidade), 986 (crimes da lei de licitação e peculato), 992 (crimes de responsabilidade e crimes da lei de licitação) e 994 (corrupção passiva e crimes da lei de licitação).
Inquéritos: 4295 (corrupção eleitoral e peculato), 4255 (investigação penal) , 4254 (crimes de responsabilidade), 4253 (crimes de responsabilidade), 3950 (peculato e crimes da lei de licitação), 4049 (crimes da lei de licitação) e 4067 (lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, peculato e crimes da lei de licitação).
Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB)
Ação Penal: 912 (crimes da lei de licitação)
Inquéritos: 4328 (improbidade administrativa), 4012 (crimes da lei de licitação), 4017 (crimes da lei de licitação), 4029 (peculato e crimes de responsabilidade), 4179 (crimes da lei de licitação), 4222 (investigação penal), 4229 (crimes da lei de licitação), 4041 (crimes da lei de licitação e crimes de responsabilidade), 4122 (lavagem ou ocultação bens, direitos ou valores), 3976 (crimes de responsabilidade) e 4085 (corrupção passiva).
Zeca Cavalcanti (PTB-PE)
Inquéritos: 4044 (crimes de responsabilidade), 4082 (crimes da lei de licitação e crimes de responsabilidade), 4083 (não especificado), 4084 (crimes praticados contra a administração em geral | e emprego irregular de verbas ou rendas públicas), 4094 (crimes de responsabilidade), 4095 (crimes de responsabilidade), 4257 (crimes de responsabilidade), 4120 (Crimes de responsabilidade), 4236 (crimes de responsabilidade) e 4240 (improbidade administrativa e crimes da lei de licitação).
Leia íntegra da nota:
“Segue e-mail em atenção à solicitação formulada no sentido de obtenção de informações acerca de eventuais procedimentos em curso perante a Suprema Corte que referenciam ao Deputado Federal Zeca Cavalcanti (PTB/PE), para informar:
- Não há nenhuma ação penal em trâmite em desfavor do deputado junto ao Supremo Tribunal Federal.
- O parlamentar não foi indiciado em nenhum inquérito;
- Os apontamentos constantes da solicitação formulada por V. Senhoria se referem apenas a investigações de questões ocorridas na época na qual o Deputado foi Prefeito da cidade de Arcoverde – Pernambuco, entre os anos de 2005 e 2012;
- O parlamentar encontra-se absolutamente tranquilo em relação aos pontos que estão sendo averiguados pelo Supremo Tribunal Federal, e a todo momento tem colaborado para o esclarecimento dos fatos;
- Por fim, em dois procedimentos – Inquéritos 4068 e 4109 – já houve pedidos de arquivamento formulado pelo Procurador Geral da República, Dr. Rodrigo Janot, pelo fato do Ministério Público Federal ter reconhecido a ausência de demonstração de qualquer conduta ilícita por parte do Deputado, pedidos esses acolhidos pelo Ministro Marco Aurélio Mello.
Assessoria de Imprensa do Deputado Federal Zeca Cavalcanti”.
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