Uma semana após ser emplacado líder do PSB no Senado e dado uma forte contribuição para eleição da deputada Teresa Cristina (MS) líder na Câmara, o senador Fernando Bezerra Coelho levou, ontem, ao presidente Michel Temer (PMDB), no Palácio do Planalto, a cúpula da legenda socialista, incluindo os governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, e Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal.
Enquanto provaram o café quentinho do poder, os novos e antigos mandatários do PSB deixaram claro que não faltará da parte do partido apoio às reformas que Temer quer priorizar este ano no Congresso. Na Câmara, o partido tem 35 deputados e no Senado sete senadores, bancadas que podem ter papel importante na decisão de uma matéria de interesse do Governo em ambas as Casas.
Acontece que na Câmara, diferentemente do Senado, alguns parlamentares têm sido hostis ao Governo, votando contra, alguns muitas vezes apenas para marcar posição de independência. Pernambuco, especificamente, apresenta dois notáveis recorrentes: Tadeu Alencar, até então líder interino da bancada, e Danilo Cabral. Se os caciques prometeram fidelidade a Temer, na prática Tadeu e Danilo ficam numa tremenda saia justa.
Vão continuar dono dos seus próprios narizes? Com a palavra, quem manda neles: o governador Paulo Câmara. Se os dois continuarem rebeldes, ruim para o governador, que prometeu juras de amor ao presidente e, durante a conversa, até agradeceu a forma carinhosa, termo usado por ele, como Temer tem tratado o Estado com a liberação de recursos, o apoio da patrulha do Exército e suas visitas – duas em menos de um mês.
A conversa foi longa e produtiva, segundo uma fonte palaciana. O próprio governador pernambucano aproveitou para narrar ao presidente o drama que vem enfrentando no Estado com o aumento da criminalidade. Fez referências, também, ao processo de radicalização de setores da Polícia Militar diante da proposta de reajuste salarial que o seu Governo apresentou à categoria.
Câmara citou as cenas lamentáveis que o País está assistindo com a mesma Polícia Militar no Espírito Santo, que transformou as ruas da capital e de mais três cidades da Grande Vitória numa guerra campal. O governador falou pouco, mas se deteve quase que no ponto exclusivo da violência, pedindo apoio da União para ajudar o Estado a superar esse grave momento que passa.
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