O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo declarou nesta segunda-feira, 11, que soube “com indignação” que os executivos do grupo J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud, tentaram criar uma “armadilha” na reunião em que discutiram a contratação dos serviços de seu escritório, o CM Advogados.
Segundo Cardozo, também causou surpresa a afirmação de que Joesley teria celebrado um contrato fictício com seu atual sócio, o advogado Marco Aurélio Carvalho, que previa o envio de uma parcela dos pagamentos pelos supostos serviços ao próprio petista. O contrato em questão, escreveu Cardozo, foi firmado por outro escritório de advocacia de Carvalho antes de os dois se associarem no atual.
No depoimento prestado na Procuradoria-Geral da República em 7 de setembro, Ricardo Saud admitiu que Cardozo foi gravado em um encontro na casa de Joesley Batista. A gravação teria irritado o ex-procurador da República Marcello Miller, que sugeriu aos executivos que escondessem a gravação citando Cardozo e Carvalho no exterior, “em aparente tentativa de ocultação dos arquivos das autoridades pátrias, o que reforça o intento de omitir alguns fatos, após a orientação de Marcello Miller”, diz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no documento em que pediu a prisão de Joesley.
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