Operação prendeu o coordenador de campanha do atual governador de Goiás José Eliton, candidato à reeleição. Investigação apura pagamentos indevidos a agentes públicos de Goiás, relatada na delação da Odebrecht.
Por Camila Bomfim, TV Globo — Goiás
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (28) uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás e candidato ao Senado.Como parte da operação, chamada de Cash Delivery, a PF prendeu Jayme Rincon, coordenador de campanha do atual governador de Goiás e candidato à reeleição, José Elinton (PSDB).
Ao todo a operação tem 14 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão temporária. Os mandados foram autorizados pela 11ª Vara de Justiça Federal em Goiás nas cidades de Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, em Goiás, e em Campinas e São Paulo.
A Cash Delivery apura repasses indevidos para agentes públicos em Goiás. A cifra investigada é de mais de R$ 12 milhões. A operação foi baseada na delação de executivos da Odebrecht. Estão sendo investigados empresários, agentes públicos e doleiros pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Candidato ao Senado, Perillo aparecia com 29% das intenções de votoem pesquisa Ibope do dia 21 de setembro. O ex-governador de Goiás se tornou réu no início de setembro por corrupção passiva.
Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Perillo, quando ainda era senador e depois como governador, pediu e recebeu propina para favorecer a Odebrecht em contratos e obras em Goiás. Os valores, segundo as investigações, foram de R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014. O MPF informou ainda que a operação desta sexta tem o objetivo de rastrear o destino da propina.
De acordo com as investigações, a propina era entregue em dinheiro em espécie e transportada em malas e mochilas. O MPF apontou que houve ao menos 21 entregas do dinheiro irregular em 2014 feitas a mando da Odebrecht para favorecer Perillo.
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