sexta-feira, 5 de julho de 2019

Radicalismo está cansando os brasileiros

Brasília- DF. 04-07-2019- Deputados comemoram a provação da reforma da previdência na comissão especial da câmara..  Foto Lula Marques
Brasília- DF. 04-07-2019- Deputados comemoram a provação da reforma da previdência na comissão especial da câmara.. Foto Lula Marques 
Por Terezinha Nunes, em artigo enviado ao blog de Jamildo

Em pronunciamento no Senado há poucos dias, o senador Jarbas Vasconcelos afirmou que a atual radicalização política no Brasil, a exemplo do que acontece no folguedo nordestino, nos transformou em um verdadeiro pastoril, tendo “de um lado o cordão azul e do outro o cordão encarnado “.

Na verdade, desde que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito, com um discurso diametralmente oposto ao protagonizado pela esquerda petista e seus aliados, os radicais, de um lado e do outro, começaram a travar uma guerra de vida ou morte que toma as ruas através de manifestações, provoca arroubos em sessões do Congresso e só falta correr sangue nas redes sociais.

Esta semana, o pesquisador inglês Jamie Bartlett, autor do livro “O povo vs tecnologia: como a Internet está matando a democracia”, publicada pela Agência de Jornalismo Investigativo, afirmou que grupos radicais, alijados da mídia tradicional, chegaram antes dos moderados nas redes sociais e, de tal forma radicalizaram o discurso, que hoje mesmo os moderados ficaram mais radicais nas redes, para poderem ser ouvidos, gerando uma situação de difícil controle, numa ameaça clara à democracia.
Jamie não se referia especificamente ao Brasil mas a todos os países onde a internet está cada vez mais presente, porém, quem vem acompanhando a política brasileira sabe que o radicalismo esquerda-direita assumiu inteiramente a cena nacional a partir da campanha do ano passado e não dá sinais de que deseje se despedir dela.

Na campanha, quase toda realizada pelas redes, alimentadas, sobretudo no segundo turno, por fake news protagonizadas pelos dois lados da moeda, todos recordam das amizades desfeitas e das brigas dentro das próprias famílias por conta de simples opiniões colocadas em grupos de whatsapp até então usados para aproximar e não para separar as pessoas.

Fechada as urnas e empossados os eleitos, imaginava-se que o ambiente ficasse mais ameno, como sempre acontece após uma eleição, mesmo as mais radicalizadas. Desta vez isso não ocorreu. A guerra permanece e nem os radicais da direita e nem os da esquerda desejam que ela termine. Continuam se digladiando a olhos vistos como se essa – e parece ser – fosse a única forma de se manterem vivos no protagonismo até a próxima eleição.

Até quando a maioria da população que não é radical vai suportar esta falta de ar democrático que tem contribuído para agudizar a crise econômica e preservar a amargura dos 13 milhões de desempregados?

É difícil prever mas o radicalismo tem cansado até mesmo seus protagonistas que não mais conseguem ampliar seguidores nas redes sociais e está claro que ele não nos levará para a frente. Só para trás.

Os cordões azul e encarnado do pastoril nordestino foram contidos pela personagem Diana que se veste das duas cores e coloca ordem no ambiente.
Na política isso precisa ser protagonizado pelos partidos de centro encolhidos desde que o radicalismo se estabeleceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Patos no Caminho da Mudança!

Ramonilson Alves, Deputado Federal Eflain Filho, Benone Leão e Umberto Joubert.  Por uma Patos Melhor!