terça-feira, 19 de agosto de 2014

Entrevista com Dilma acende holofotes sobre William Bonner


Entrevista com Dilma acende holofotes sobre Bonner
 Como diria um veterano político, nunca antes na história deste país William Bonner gerou tantos comentários nas redes sociais — elogios, críticas, ironias, hashtags — como na noite de segunda-feira (18), quando ele e Patrícia Poeta entrevistaram a presidente Dilma Rousseff no Jornal Nacional.

Durante os 15 minutos e 52 segundos de duração da conversa, o apresentador interrompeu a candidata do PT à releição 21 vezes. Nos 18 anos como âncora do principal telejornal da Globo, e o de maior audiência do país, Bonner jamais foi tão incisivo com um entrevistado.

Já na primeira pergunta, o jornalista repetiu 7 vezes a palavra corrupção para questionar Dilma sobre os escândalos envolvendo seus ministérios. O embate entre ele, sempre insatisfeito com as respostas, e a presidente durou 7 minutos e 15 m, fez sua primeira pergunta, mudando o assunto da pauta para saúde. Porém logo Bonner e Dilma voltaram a se enfrentar. O apresentador fez 5 intervenções tentando interromper a presidente para enfim lançar o terceiro tema: economia.

Faltavam pouco mais de 3 minutos para o fim da entrevista quando ele conseguiu finalmente questionar a candidata sobre inflação, superávit, expectativa de crescimento e responsabilidade sobre os números da economia.

Seguiu-se um novo round entre Bonner e Dilma, com o apresentador questionando cada frase da presidente. Aos 14:35 a candidata foi interrompida: “Nosso tempo está acabando”, avisou Bonner. “Acabou?”, reagiu a petista.

Mesmo com o tempo quase estourado, o apresentador e editor-chefe do JN informou que iria garantir a Dilma o espaço de 1 minuto e meio concedido a todos os presidenciáveis para as considerações finais.

Perto dos 15 minutos e 30 segundos, Bonner e Poeta tentaram fazer a presidente encerrar sua mensagem. Mas ela ainda falou por mais 20 segundos.

Na despedida, Dilma Rousseff emitiu uma frase de impacto: “Eu acredito no Brasil. Acho que, mais do que nunca, todos nós precisamos acreditar no Brasil”.

Lembrou a declaração — posteriormente transformada em um quase mantra — do então candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, na entrevista concedida na terça-feira (12).

Menos de quatorze horas antes de morrer no acidente aéreo em Santos (SP), o ex-governador pernambucano convocou: “Não vamos desistir do Brasil”.

Apesar do tom enérgico adotado por William Bonner, e das interrupções de sua fala que ela raramente admite no dia a dia, a presidente Dilma Rousseff manteve a calma.

Ao retrucar, não soltou nenhum “meu filho” nem “milha filha”, o que costuma fazer quando está prestes a perder a paciência com os interlocutores, especialmente repórteres.

Foi a entrevista mais contundente das três realizadas até aqui. Além de Dilma e Campos, o JN sabatinou Aécio Neves, candidato do PSDB, na segunda-feira (11).

No último fim de semana, William Bonner retuitou uma mensagem que explica sua postura na série do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência: “Jornalista que não é incisivo com o entrevistado vira assessor de imprensa”.

Falou o tio do Twitter, como ele se refere a si mesmo no microblog.


Terra

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