Magno Martins
A
presidente Dilma Rousseff se saiu muito mal na entrevista ao Jornal
Nacional, mesmo falando em sua casa, no Palácio da Alvorada, o que,
naturalmente, mexe com o psicológico, diferente de Aécio e Eduardo,
obrigados a irem sentar na bancada do JN, no Rio, frente a frente com
William Bonner e Patrícia Poeta.
Dilma
usou a estratégia de fugir de todas as perguntas centradas no campo da
corrupção, principalmente. Indagada sobre sucessivos escândalos na
administração federal e sobre a posição do PT na defesa dos condenados
no mensalão, Dilma recorreu à ironia: “Nos dois governos do PT, nenhum
procurador-geral da República foi chamado de 'engavetador-geral da
República”, disse, numa indireta ao governo neoliberal de FHC.
Bonner
perguntou se ela não foi 'condescendente' com a corrupção já que o PT é
um partido com 'um grupo de pessoas comprovadamente corruptas, mas que
são tratados como guerreiros, como vítimas'. Ele se referia ao
julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, que condenou e
levou à prisão dirigentes do partido.
'Eu
sou presidente. Eu não faço nenhuma observação sobre julgamentos
realizados pelo Supremo Tribunal. A Constituição exige do presidente da
República que nós respeitemos e consideremos a autonomia dos outros
órgãos. Eu não julgo as ações do Supremo. Eu tenho opiniões pessoais.
Durante o processo inteiro não manifestei nenhuma opinião. Não vou tomar
nenhuma posição que me coloque em confronto, em conflito, aceitando ou
não. Eu respeito as decisões da Suprema Corte brasileira', declarou.
Segundo
a presidente, nem todas as pessoas denunciadas nos escândalos foram
punidas pelo Judiciário, porque nem todas as denúncias apresentadas na
mídia foram comprovadas. Questionada sobre a substituição de denunciados
por pessoas dos mesmos partidos envolvidos nos escândalos, afirmou que
os partidos podem fazer exigências, 'mas eu só aceito quando são pessoas
íntegras e competentes na área'.
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