A
estreia da comoção como cabo eleitoral
Nós, do PSOL, não tentamos ganhar votos aproveitando o estado emotivo
dos eleitores. Queremos discutir os problemas concretos da população
pernambucana e denunciar as distorções do processo eleitoral, como a
farra de doações milionárias de empresas às candidaturas que as
representam. É isso que temos apresentado na TV em nosso guia. E assim
seguiremos, com coragem e ousadia de construir um Governo Popular com
profunda e efetiva participação do povo e controle social sobre a gestão
do Estado.
Completamos uma semana de exibição do horário eleitoral gratuito. Para
as candidaturas ao governo de Pernambuco, Deputado federal, Estadual e
Senado tivemos vários programas e, em parte, nenhuma surpresa. Paulo
Câmara e Armando Monteiro usaram o tempo de TV como seu projeto político
comum sempre fez, fazendo produção hollywoodiana e milionária.
Marketing puro, para esconder o debate politico e prioridades atrás de
obras de ficção. Mas a tragédia que tirou sete vidas, entre elas a do
ex-governador Eduardo Campos, infelizmente, inaugurou um novo método de
se tentar ganhar votos em Pernambuco.
O PSOL-PE manteve, desde a confirmação das mortes, uma postura de pesar e
respeito às famílias das vítimas. Respeitamos o luto, suspendendo nossa
campanha. Entretanto, diante do que temos visto nas ruas, nos guias de
rádio e TV, consideramos que deveríamos fazer algumas ressalvas, no
campo da política.
A estratégia de Paulo Câmara vem buscando elegê-lo por “ato falho”, isto
é, fazendo o eleitor acreditar que está votando não nele, mas em
Eduardo Campos.
Esconder qual o projeto politico, prioridades e soluções concretas
defendidas para os problemas dos pernambucanos atrás de peças
publicitárias emotivas e despolitizadas e de choro forçado, é algo
lamentável.
Armando Monteiro tem agido com mais cautela. Mas não se furta a usar a
imagem de Campos em seu guia eleitoral, algo que certamente o próprio
ex-governador desaprovaria.
Esperamos que, em vez disso, use o espaço para justificar à população
seus projetos no Senado, como os que aumentam penas para menores
infratores, criminalizam como “vandalismo” mobilizações populares e
militarizam as guardas municipais. E explique seus posicionamentos em
defesa da flexibilização das leis trabalhistas, do fim da gratuidade
universal nas universidades públicas e do projeto Novo Recife para o
cais José Estelita.
Seu histórico no parlamento não pode ser ocultado da população, pois
evidenciá o que esperar de suas ações como gestor.
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