O que se espera de Temer é que, partindo do princípio de que a política é a arte de aliar meios a fins, não corrompa os fins rendendo-se à prática de meios reprováveis
Editorial O Estado de S. Paulo
Após a decisão do Senado Federal de afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff do exercício da chefia do Executivo, coube a seu substituto constitucional, o vice-presidente Michel Temer, anunciar oficialmente o que pretende fazer para superar a intrincada crise em que o lulopetismo jogou o País e com a colaboração de quem contará para corresponder à enorme expectativa dos brasileiros.
Caberá a ele e a essa equipe fazer com que o governo federal trabalhe com seriedade e competência na promoção dos genuínos interesses nacionais, resgatando o País do nefasto domínio do populismo irresponsável que provocou a maior crise política, econômica, social e moral da história republicana.
Michel Temer dedicou várias semanas à composição do novo governo e à definição das linhas gerais e das principais ações pontuais, algumas de evidente urgência, que pretende adotar a partir de sua investidura temporária na chefia do governo.
Em editorial publicado neste espaço no último domingo, destacamos a decepção, por parte de quem vislumbra um futuro melhor para todos os brasileiros, com o fato de Temer, até então, ter-se “permitido associar seu nome a situações e arranjos que frustram, desde já, as expectativas a seu respeito”.
De fato, especialmente no que diz respeito à composição de seu Ministério, Temer tendia a se render à lógica do fisiologismo exacerbado, ao toma lá dá cá que o PT consagrou como método para garantir apoio parlamentar. Tanto que, além de alimentar especulações sobre a nomeação de auxiliares envolvidos em investigações da Lava Jato, caminhava para abandonar seu projeto original de promover, como símbolo de novos tempos, uma significativa redução do número de Ministérios.
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