Meio por cento da vazão da bacia hidrográfica do Amazonas, que joga no oceano atlântico 200 mil metros cúbicos de água por segundo, resolveria o problema da seca do Nordeste. É o que defende um projeto do Movimento Nordestino pela bacia do Amazonas, que propõe levar, por meio de tubulações, água do município de Breves, no Pará, até a cidade de Araripina, no Sertão de Pernambuco.
A obra permitiria benefícios, como a perenização de rios do semiárido, o enchimento de barragens e a irrigação de terrenos de agricultura. Com objetivo de disseminar a ideia e debater a proposta, um ato foi marcado para o próximo dia 03, às 10h, em Taquaritinga do Norte. O evento, que será o segundo promovido pelo grupo, já tem a presença confirmada do deputado Rômulo Gouveia (PSB-PB). Após o seminário, o projeto será encaminhado ao presidente interino Michel Temer (PMDB).
De acordo com o organizador do movimento, Geo Caldas, uma obra semelhante é feita no Peru. "Eles irrigam 25 milhões de hectares com água da bacia do Amazonas Peruana. O mundo todo está fazendo transposição e nós temos condições de irrigar 20 milhões de hectares", disse.
Segundo ele, a proposta não prevê danos ambientais porque a quantidade tirada seria insignificante diante do tamanho total da bacia, que têm mais de sete mil afluentes. Ela tem, com folga, o maior fluxo de água por vazão do mundo. A segunda, na África, despeja 46 mil metros cúbicos por segundo no oceano.
O projeto de transposição da bacia do Amazonas, defendida pelo movimento, é duas vezes maior que a do Rio São Francisco, que está com 81% de obra concluída e prevê a retirada de 26,4 metros cúbicos de água por segundo nas épocas de estiagem. Quanto aos recursos necessários, Caldas sugeriu que ela fosse viabilizada por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Água virou commodities e é algo viável. Temos uma bacia monstruosa e estamos aqui sofrendo. Não estamos aproveitando", acrescentou.
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