Chegou o dia D da presidente Dilma, o dia do bye, bye, em que será apeada do poder para fazer a sua defesa em até 180 dias. Em sessão marcada para as 10 horas, com previsão de acabar tarde da noite, o Senado vai aceitar, por ampla maioria, a continuidade do processo de impedimento da presidente. A conclusão do processo, seis meses depois, pode culminar em sua cassação definitiva.
Diferente do que ocorreu há quase um mês quando a Câmara se preparava para votar a matéria, Dilma chega à votação do Senado sem perspectivas de escapar do afastamento. No mês passado, a presidente foi em busca de apoio na Câmara, oferecendo cargos e buscando costurar alianças de última hora para tentar se salvar. Desta vez, porém, não há mais o que oferecer e a continuidade do impeachment é dada como certa.
Dilma e seus aliados no Senado chegam ao Dia D do impeachment no Senado desgastados. Ela, melancolicamente arruinada. Também chama a atenção o desgaste dos senadores que a defenderam, principalmente Lindberhg Farias (PT), Gleisi Hoffmann (PT), Fátima Bezerra (PT) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), que cometeram o ridículo de sair do Senado e tentar ir até o Palácio dizendo que agora as coisas mudariam diante da trapalhada do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, cancelando a votação do impeachment na Câmara e depois revogando.
Vista também como uma tentativa de atrasar o processo, o ato atabalhoado provocou um desgaste terrível ao Governo no mundo inteiro, reverberado também nas redes sociais e nos principais jornais da Europa e Estados Unidos. Tanto para ela quanto para o próprio deputado Waldir Maranhão, além de Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, que redigiu o documento e bancou de fato a trapalhada.
Quem saiu fortalecido do episódio foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que decidiu ignorar a decisão de Maranhão e tocar o processo de impeachment em frente. A atitude dele foi de líder mesmo, de estadista, de presidente de um Congresso grandioso e respeitado, que tem normas, leis e cumpre a Constituição. Renan sai, assim, com uma sobrevida de prestígio e relevância.
Com relação à Dilma, não há mais como reverter sua derrocada. Ela não tem mais o que oferecer, não tem mais recurso. Não tem mais absolutamente nada, é carta fora do baralho. O que ela vai tentar fazer é barulho, sair gritando que foi um golpe e vai tentar montar um grupo que está dizendo que vai ser um governo paralelo, para tentar deslegitimar Michel Temer, que foi eleito junto com ela.
Dentre tantos erros que cometeu, dois foram decisivos: a queda de braço com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante as eleições para a presidência da Câmara e a nomeação de Lula para a Casa Civil, com a única intenção de garantir ao ex-presidente a prerrogativa de foro, para que ele escapasse das investigações da Lava Jato em Curitiba. Dilma, na verdade, é a responsável pelo seu impeachment.
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