Josias de Souza
Todos estão sujeitos ao erro. Mas Michel Temer inova. Ele planeja seus equívocos. Sabe que não resolverá o problema. Mas é genial em organizar a confusão seguinte. No caso de Moreira Franco, delatado pela Odebrecht, Temer fez o pior da melhor maneira possível. Depois de fornecer o escudo do foro privilegiado ao amigo, o presidente guerreará na Justiça pela manutenção do privilégio. Comprova que é errando que se aprende… a errar.
Um auxiliar de Temer disse ao blog que o Planalto já trabalhava com a hipótese de questionamentos judiciais à promoção de Moreira para o posto de ministro. Assim, o governo reagirá com método à decisão do juiz federal Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, que suspendeu a nomeação de Moreira. Caberá ao contribuinte bancar a operação. Seguindo o manual, a Advocacia-Geral da União já prepara os recursos a serem ajuizados no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sediado em Brasília.
Há outras ações contra a nomeação de Moreira, inclusive no Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria do decano Celso de Mello. Temer poderia poupar aborrecimentos se afastasse do governo o amigo tóxico. Mas o presidente, de costas para a rua, parece decidido a demonstrar que um erro sempre pode ser piorado.
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