Tabata irrita comando do PDT com projeto de reforma partidária. Carlos Lupi, presidente da sigla, sugere que ela aproveite ideias para fundar seu próprio partido; Deputada diz que documento busca "mais ética e mais transparência".
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo Tabata Amaral, deputada federal do PDT Foto: Reprodução Facebook
Época - Por Rodrigo Castro
O projeto de lei para reformar a organização partidária, elaborado com participação da deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), irritou o comando de seu partido. Anunciado na quinta-feira (15), o documento está sendo produzido por um grupo de parlamentares ligados a movimentos de renovação, como o Acredito, o Agora! e o Transparência Brasil.
Entre eles: Tabata, Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), todos processados (e sob ameaça de expulsão) por seus partidos pelo voto a favor da reforma da Previdência, que contrariou a posição de seus líderes na Câmara do Deputados.
“Em vez de ser um Acredito, com seis, sete membros, deviam acreditar mais em um partido, em uma instituição ou quiçá fundar uma”, disse Lupi, pontuando que há 34 legendas com as quais os parlamentares podem se identificar. “Será que nenhum é sintonizado com a ideologia deles?”, indagou o dirigente.
Na visão de Lupi, caso acatem o conselho, o grupo terá uma noção melhor de como é administrar um partido. “Podiam fazer um modelo, um partido democrático que ouvisse todos e abarcasse todas essas questões que eles colocam que não existem nos outros. Por que não dar o exemplo?”, questionou o presidente do PDT.
Neste sábado (17), Tabata publicou em seu perfil no Instagram um vídeo onde comentou a proposta de reforma na organização partidária: "Vamos apresentar um projeto pedindo mais democracia, mais transparência, mais ética, mais equidade dentro dos partidos". Ela defendeu que as siglas tenham sua contas abertas em portais de transparência. "Devemos saber como estão usando as verbas públicas. (Os partidos) Precisam ter votações internas para escolher os candidatos, para escolher seus dirigentes, mandatos com prazo e número maximo de reeleições. A ideia é tornar os partidos cada vez mais abertos para a sociedade", afirmou Tabata.
O projeto prevê que, para punir deputados ou senadores que contrariem a orientação de suas lideranças em votos, seja necessária a autorização da maioria absoluta dos membros da direção partidária e de dois terços dos membros da bancada.
O presidente do PDT classifica como “um erro” a proposta de aumentar a influência das bancadas. Sustenta que as instituições são maiores que as pessoas. Diz ainda que todas as decisões do seu partido são tomadas em conjunto. “Por coincidência, a Tabata, que é da nossa bancada, participou de todas as decisões do partido. Todas, sem exceção”, afirmou Lupi.
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