Folha de S.Paulo - Paulo Gama
Condenado nesta quinta-feira (30) a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirma que o juiz Sergio Moro "quer se transformar em um justiceiro político" e tenta usá-lo como "seu troféu em Curitiba".
"Esse juiz não tem condição de julgar qualquer ação contra mim, pela sua parcialidade e motivação política", escreveu o peemedebista, após a publicação da sentença, de dentro do Complexo Médico Penal paranaense.
O ex-presidente da Câmara diz que a decisão de condená-lo é "política" porque tenta "evitar a apreciação do habeas corpus no Supremo Tribunal Federal".
Com a decisão de Moro, o pedido de liberdade do peemedebista que tramita na corte suprema pode ser considerado nulo.
"É óbvio que irei recorrer, e essa decisão não se manterá nos tribunais superiores, até porque contém nulidades insuperáveis."
Ele repete argumento de seus advogados e diz que há o "agravante" de que a decisão foi tomada em "tempo recorde", "mostrando que a sentença já estava pronta".
"Além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais", escreveu nesta quinta-feira (30) o peemedebista.
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