quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Discurso de vice


Por Magno Martins
Ao falar, ontem, no evento no “Brazil Institute do Wilson Center”, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu que poderá disputar a sucessão de Michel Temer caso obtenha números mais elevados nos levantamentos sobre intenção de voto. “Hoje não, eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito”, declarou, em resposta à pergunta sobre sua eventual candidatura. Na sua fala, ele assumiu postura de candidato. Defendeu uma agenda de reformas que leve à reestruturação e ao equilíbrio fiscal do Estado brasileiro, o que abriria caminho para a criação de programas sociais sustentáveis.
Sobre o Bolsa Família, disse não ser um "bom programa social", por não ter mecanismos que permitam a independência de seus beneficiários. "Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego", disse o parlamentar.
Maia foi mais além. Disse que Bolsa Família gera "dependência". "Essa dependência atrela as pessoas ao Estado." O deputado defendeu mudanças que criem obrigações em relação à saúde, educação e saneamento, que levariam as pessoas a serem "estimuladas a sair do programa”.
Em sua opinião, a ausência de obrigações para os beneficiários os transforma em "dependentes". Maia afirmou que o Bolsa Família é um programa "liberal" e não de esquerda, mas criticou a maneira como ele foi implementado pelo PT. "É engraçado que o Brasil cresceu tanto no governo do PT e o número de pessoas dependentes do Bolsa Família aumentou. Tem alguma coisa errada. Se o Brasil está ficando mais rico, por que há mais pessoas pobres dependentes do Bolsa Família? Essa era uma distorção grande”, afirmou.
A candidatura de Maia tem espaço no chamado centro-direita, onde figuram também as pré-candidaturas de Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles, mas o DEM, o seu partido, tende a fazer uma aliança com o PSDB e neste caso ele é uma das alternativas a fechar a chapa como candidato a vice, sendo outro nome preferencial o do ministro da Educação, Mendonça Filho.

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