Dilma disse que "não há justiça quando as leis são desrespeitadas, a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas". "Se se fere a prerrogativa da presidência da República, o que se fará com os cidadãos?", questionou a presidente.
Sobre o grampo em si, declarou: "Nós queremos saber quem o autorizou, por que o autorizou e por que foi divulgado sem que se tivesse nada que pudesse levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano". Dilma denunciou ainda a "interpretação desvirtuada" do diálogo com o ex-presidente e ressaltou que "investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia nesse país".
"Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de métodos escusos, viola princípios e garantias constitucionais, os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim", declarou Dilma Rousseff. A cerimônia de posse foi marcada por manifestações contrárias e a favor à posse de Lula como ministro. "Vergonha", gritou um manifestante antes de Dilma começar a discursar. "Não vai ter golpe", gritavam outros.
Antes de falar sobre a gravação, Dilma disse que "as dificuldades muitas vezes costumam criar grandes oportunidades" e mencionou como uma delas a chance de trazer ao seu governo "o maior líder político desse país". "Seja bem-vindo, ministro Luiz Inácio, ministro Lula", disse a presidente, que declarou contar com a experiência do ex-presidente e sua identificação com o povo brasileiro.
"Sua presença aqui mostra que você tem a grandeza dos estadistas e a humildade dos verdadeiros líderes", continuou Dilma, destacando que, com Lula ao seu lado, ela terá "mais força" para "superar as armadilhas que jogam em nosso caminho" para "paralisar o governo" ou "tentar me tirar o mandato de forma golpista".
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