Partido político que não tem a pretensão de ocupar o poder é tudo, menos um partido politico. Pode ser um grêmio recreativo, um clube literário. Mas não é um partido.
Mesmo sem chance de vencer, um partido ganha musculatura cada vez que se apresenta a uma eleição. Vencer é mutio bom, mas disputar também é importante.
O PT nasceu como partido nacional, com uma cabeça paulista. Sempre se apresentou às eleições, mesmo sabendo que tinha chances mínimas de vitória.
E foi crescendo. E aparecendo. Começou a construir bancadas importantes no Congresso e nas Assembléias, conquistou prefeituras, governos estaduais. E chegou à presidência da República.
E aí... O presidente Lula esmagou o PT para construir o lulismo. Ás custas do PT.
Hoje Lula controla o tubo de oxigênio que mantém vivo o partido. E submete o PT a seus projetos pessoais.
O projeto pessoal de Lula é se perpetuar no imaginário coletivo. Sai do governo no auge da popularidade (pessoal). Elege a ministra Dilma Rousseff como sucessora (feito inédito. E pessoal). Volta ao poder em 2014 (por mérito pessoal).
E obriga o PT a acompanhá-lo.
Para que isto aconteça, Lula exige do PT as maiores demonstrações de contorcionismo ético, político e verbal de que se tem notícia. Nunca antes na história deste país um partido político foi tão humilhado. E não pelos adversários, mas por sua estrela maior.
Mensalão, aloprados, waldomiros, cartões corporativos, Jader, Collor, Renan, Severino, e agora Sarney. Tudo caiu no colo do PT, tudo é debitado na conta do PT.
O presidente não sabe, não viu, não se interessa. Pobre PT!
Lula enquadrou o PT, domesticou os movimentos sociais, transformou em peleguismo o sindicalismo brasileiro, celebrou uma aliança firme com o capital financeiro e com as camadas menos favorecidas. É imbatível.
Refém desta popularidade estratosférica, o PT segue seu líder.
Engole a candidatura de Dilma Rousseff. Apóia as falcatruas de Sarney, Renan et caterva.
E agora, Lula quer obrigar o partido a não apresentar candidaturas nos estados onde não houver garantia de vitória certa.
Ou seja, Lula quer obrigar o Partido dos Trabalhadores a não exercer uma das principais funções de um partido político: a de tentar chegar ao poder através do voto. Enviado por Lucia Hippolito
domingo, 26 de julho de 2009
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