terça-feira, 14 de julho de 2009

PR ameaça se rebelar

A um ano e três meses da eleição, lideranças da base aliada do governo do estado têm aproveitado a corrida pelo Senado para se movimentar à revelia do Palácio do Campo das Princesas - que só quer tratar da sucessão em 2010.
Inocêncio (PR), à esquerda, em almoço com João Paulo (PT), em maio. Ontem, ele descartou compromisso com o petista. Foto: Alcione Ferreira/D.A.PressOntem, depois de o PP confirmar apoio à reeleição do senador oposicionista Sérgio Guerra (PSDB), o PR também anunciou que agirá de modo independente. O deputado federal e presidente estadual do PR, Inocêncio Oliveira, afirmou que não deixará de conversar com quem quer que seja sobre a disputa pelo Senado. Comunicou, inclusive, que não tem mais compromisso com o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT)."Meu compromisso é com a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). Estou livre para votar em quem achar conveniente. Os apoios para o Senado estão abertos", afirmou, acrescentando, sem explicar o motivo, que o acordo do PR com o petista não existe mais. "Quero dizer que meu compromisso com João Paulo acabou", frisou. Inocêncio lembrou, ainda, que jamais deixou de conversar com possíveis candidatos quando procurado. E arrematou avisando que espera contatos do deputado federal Armando Monteiro (PTB, também pré-candidato ao Senado) e de Sérgio Guerra.A partir do que se observa na movimentação do Palácio, João Paulo e Armando já teriam sido escolhidos, desde o início do mês, "os candidatos" do governo ao Senado. Inocêncio, que sempre fez questão de se mostrar próximo a Eduardo, logo se revelou disposto a apoiar o petista, com quem almoçou em maio. No início do mês, em novo almoço, o partido chegou a divulgar que o deputado Esmeraldo Santos iria circular com o ex-prefeito do Recife pelas cidades de Agrestina, Calçados, São Bento e Cachoeirinha.A postura assumida pelo PP e por Inocêncio não estaria preocupando o governador. Pelo menos ele ainda não deu essa demonstração. Fontes ligadas ao Palácio afirmam que o governo respeita a movimentação das siglas, mas alertam, no entanto, que a precipitação pode atrapalhar a administração. Ontem à tarde, uma audiência em que Inocêncio seria recebido por Eduardo não ocorreu. Embora o deputado tenha informado sobre a reunião na sua agenda, o Palácio disse desconhecer o encontro.A oficialização do apoio do PP ao PSDB, na manhã de ontem, reuniu lideranças dos dois partidos. Na ocasião, Guerra voltou a afirmar que sempre fez política sem se limitar a partidos. O prefeito de João Alfredo, Severino Cavalcanti, ex-presidente do PP, compareceu. Inicialmente resistente à parceria, Severino elogiou Guerra e disse que mudara de opinião. Por meio de sua assessoria, o ex-prefeito João Paulo informou que não comentaria as declarações de Inocêncio Oliveira. DP,14/07/09.

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