Por um triz, o governador não rompeu com Inocêncio Oliveira

Faltou uma coisinha de nada para o governador Eduardo Campos encerrar sua aliança política com o deputado federal Inocêncio Oliveira na noite da última segunda-feira. Assim que foi informado pelos blogs de que Inocêncio Oliveira (PR) dera uma entrevista solidarizando-se com o colega de bancada, Eduardo da Fonte (PP), por ter sido criticado pelo presidente regional do PSB, Milton Coelho, em razão do apoio dado à reeleição do senador Sérgio Guerra (PSDB), o governador convocou uma reunião, às pressas, do conselho político da Frente Popular. Ele estava particularmente aborrecido por achar que o “aliado de primeira hora” Inocêncio Oliveira havia brigado com o governo sem ter motivo, e disposto a encerrar, ali, a aliança celebrada com ele durante a campanha de 2006. Após duas horas de reunião, escalou-se o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, para ir ao apartamento de Inocêncio, em Boa Viagem, exigir uma retratação. Do contrário, a aliança seria rompida e a Secretaria dos Transportes junto com o DER seriam devolvidos ao governador. Foram duas horas de tensas e nervosas negociações do ex-prefeito de Petrolina com o presidente estadual do PR. Ao final, por volta das 2 horas da madrugada de ontem, chegou-se a uma solução consensual: Inocêncio designaria o secretário-geral do PR, José Marcos de Lima, e o secretário estadual dos Transportes, Sebastião Oliveira, para darem o dito pelo não dito. O governador concordou com a solução intermediária, mas deixando claro para Inocêncio e os demais líderes políticos da Frente Popular que não vai mais tolerar gestos de rebeldia como aquele. A coordenação do processo sucessório estadual é dele, governador, e quem não quiser se submeter pode arrumar as malas e se abrigar na oposição. Escrito por Inaldo Sampaio