Para Janio de Freitas, colunista da Folha de S.Paulo, o Brasil voltou aos primeiros anos da década de 1950. Ele lembra que "o golpismo, o 'entreguismo' ameaçador e a 'república do Galeão' foram os estigmas daqueles anos", todos presentes na realidade atual, no seu entender.
"O golpismo volta no estilo PSDB; acompanha-o o 'entreguismo' apontado na retirada de pré-sal da Petrobras, aprovada pelo Senado; e a versão civil da 'república do Galeão', sob o nome insignificante de Lava Jato, evidenciam juntos o estágio em que o Brasil de fato está", detalha o colunista.
"Partes do Judiciário e do Ministério Público agem como se respondessem aos direitos civis (e por tabela a quem os defenda): cala a boca já morreu, quem manda aqui sou eu. E mandam mesmo, pela reiteração e pela indiferença", destaca ainda Janio, em uma crítica à Lava Jato. Ele também ataca o Congresso: "É melhor, e é urgente, que se comece a forçar o Congresso a ser menos infiel às suas finalidades institucionais e mais responsável com suas funções, seja em apoio ou oposição ao governo".
E desfere duras críticas à imprensa: "Crises políticas não se agravam sem imprensa. Crises econômicas expandem-se menos e menos depressa sem imprensa. Hoje em dia a imprensa brasileira pratica uma solidariedade de modos com as deformações no Congresso, no Ministério Público e no Judiciário. Assola-a nova onda de relaxamento dos princípios éticos, para não falar em qualidade jornalística. E cresce a cada dia uma grande dívida de autocrítica, para relembrar as responsabilidades dos jornalistas profissionais. Com medo da internet, a imprensa brasileira foge de si mesma." (Do portal Brasil 247)
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