“Governo é que nem cobra: mete medo até quando está morto”. A frase do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), experiente conhecedor das manhas e maneirismos dos parlamentares, prenunciava ainda na hora do almoço a vitória de Leonardo Picciani. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, engoliu em seco quando recebeu o resultado. Sabe que deve tomar mais cuidado quando (e se) o processo de cassação atingir o plenário. Cunha jogou tudo e perdeu. Tem num envelope a lista de 38 nomes que haviam prometido votos a Hugo Motta. Oito o traíram. Sinal de que os deputados peemedebistas hoje, apesar do governo enfraquecido, apostam mais em Dilma Rousseff do que no presidente da Casa.
Foi o primeiro lance político do ano dos quatro traçados pelo Planalto. O próximo é a presidência do PMDB, em março. Michel Temer, entretanto, trabalha desde janeiro para evitar surpresas. Faltarão ainda duas grandes disputas, a presidência da Câmara, na hipótese de Cunha perder o cargo antes de janeiro de 2017, e a votação do pedido de impeachment. Dilma ontem respirou e agora terá que honrar os compromissos assumidos com os aliados do PMDB. Se não o fizer, voltará à estaca zero para as etapas 3 e 4..(Denise Rothenburg – Correio Braziliense)
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