Mulher de Santana nega que pagamentos ao casal venham de esquema de corrupção
O Globo -Thais Skodovski
Em depoimento à Polícia Federal que durou quatro horas, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, negou que os recursos recebidos pelo casal no exterior sejam provenientes do esquema de corrupção, mas admitiu que, se cometeu um crime, foi o de manter contas não declaradas no exterior. O advogado do casal, Fábio Tofic, argumentou, ao fim do depoimento, que não existe nenhuma pessoa presa no Brasil por este crime hoje.
— A Monica, única que foi ouvida hoje, conseguiu demonstrar cada movimentação dos recursos no exterior e está claro que eles estão presos por um crime de manutenção de contas não declaradas no exterior — disse Tofic. — É um crime pelo qual não existe uma pessoa só presa neste país. É um crime não digo leve, mas um crime que não enseja a prisão de qualquer cidadão no país.
O marqueteiro João Santana omitiu de suas declarações de renda de 2010 a 2014 a participação em cinco empresas mantidas por ele no exterior, entre elas a Shellbill Finance S/A, offshore usada para receber US$ 7,5 milhões da Odebrecht e do representante de um fornecedor da Petrobras, Zwi Skornicki. A descoberta foi apontada em relatório da Receita Federal usado por investigadores na 23ª fase da Operação Lava-Jato, desencadeada nesta semana. As informações sobre quatro das cinco empresas identificadas pela PF foram corrigidas pelo marqueteiro no ano passado, durante as investigações da Operação Lava-Jato, por meio de declarações retificadoras.
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