Por Magno Martins
O ano de 2016, que começa de fato após o Carnaval, dá o seu start com uma péssima notícia para o Governo Dilma e o PT: esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014 foi eleito o segundo maior caso de corrupção do mundo, segundo aponta pesquisa da ONG Transparência Internacional.
A estatal petrolífera brasileira desponta entre os maiores escândalos de malfeitos em todo o planeta. Transparência promoveu uma votação de âmbito internacional pela internet sobre os episódios mais importantes da corrupção. Foram citados 400 casos. Com 11.900 votos, a Petrobrás pegou o segundo posto, ficando atrás apenas de Viktor Yanukovych, ex-presidente da Ucrânia (2010/2014), merecedor de 13.210 votos.
O esquema na Petrobrás, desmontado na Operação Lava Jato, supera, na avaliação dos entrevistados, outros capítulos marcantes de fraudes, como o caso Fifa (1.844 votos) e o do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (10.166 votos), acusado pelo desvio de US$ 100 milhões.
A lista faz parte da campanha ‘Desmascare os corruptos’, da Organização Não-Governamental sediada em Berlim que, em janeiro, declarou apoio à uma outra campanha, 10 Medidas contra a Corrupção. Idealizado pelo Ministério Público Federal brasileiro a partir do combate ao esquema de propinas na Petrobrás, o projeto Dez Medidas contra a Corrupção já conta 1,3 milhão de assinaturas e será levado ao Congresso quando atingir 1,5 milhão de adesões.
A imagem da empresa que já foi orgulho brasileiro se transformou em cinzas. Casos de corrupção e de desvio de dinheiro na Petrobras são investigados pela Operação Lava Jato desde março de 2014. Dezenas de pessoas já foram condenadas por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, e várias ações penais seguem em andamento na Justiça Federal do Paraná, que tem o juiz Sérgio Moro como o responsável pelos processos na primeira instância.
É muito relevante que uma entidade com uma transparência internacional, uma das mais reconhecidas no mundo contra a corrupção apoie medidas contra a corrupção como essa. Faz o melhor para levar as pessoas que cometeram esses crimes à Justiça para responderem perante a Justiça dentro de um devido processo legal. É preciso, entretanto, mudar as leis se o objetivo for mesmo, efetivamente, promover justiça nesse e em outros casos.
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