Da Época
No novo capítulo da série, a Globo publicou, no site de Época (leiaaqui), mais uma "denúncia" contra Lula: a de que ele visitou, em pouco mais de quatro anos, 111 vezes um sítio em Atibaia (SP) pertencente aos sócios de um de seus filhos.
Como visitar a propriedade de amigos nos fins de semana não é crime – basta lembrar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso jamais foi acusado do crime de visitar com frequência o apartamento do amigo Jovelino Mineiro na Avenue Foch, em Paris –, a denúncia da Globo não seria publicada em tempos normais.
Mas o Brasil, definitivamente, não vive dias normais. Os irmãos Marinho, que possuem uma fortuna de US$ 25 bilhões, forjada graças ao maior monopólio de comunicação existente no mundo, de dar inveja a Rupert Murdoch, decidiram que a guerra contra Lula insere-se na lógica "matar ou morrrer".
Basta notar na entonação de todos os repórteres da Globo, quando se referem ao apartamento que poderia vir a ser de Lula no Guarujá (SP), mas não será, porque foi devolvido à OAS. Todos parecem ter sido orientados a acentuar a palavra triplex – e se puderem fazer carinha de nojo, melhor ainda.
Na edição desta segunda-feira do Jornal Nacional foi evidente o "body language" dos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos, quando se referiam a Lula. A cara era de rejeição explícita. Coincidência ou não, um apresentador de uma rádio do grupo Zero Hora, afiliada da Globo, sugeriu que cuspissem na cara de Lula – o dono do TRIPLEX e que, agora, visitou 111 vezes um sítio durante quatro anos.
Nesta guerra, no entanto, não se deve desprezar o outro lado. Por mais que a Globo tenha construído com seu monopólio de comunicação a maior fortuna do Brasil, Lula deixou a presidência da República com 80% de aprovação e possui capacidade de mobilização junto à sociedade e aos movimentos sociais.
A Globo talvez receie que, numa eventual volta ao poder, Lula aja de maneira distinta do que fez em seu primeiro mandato, levando adiante o projeto de regulamentação da mídia defendido pelo ex-ministro Franklin Martins.
No poder, logo que foi eleito, Lula concedeu sua primeira entrevista na bancada do Jornal Nacional e depois fez o que pôde para que a Globo, que se encontrava em situação de default junto aos credores internacionais, pudesse reestruturar suas dívidas. Apostou na conciliação e hoje paga o preço de suas escolhas.
O Brasil vive uma guerra atômica entre um grupo de mídia que se acostumou a mandar no País desde a ditadura e seu maior líder popular. Quem vencerá?
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