Com a “expulsão” do PSDB e DEM da coligação no Recife, por terem candidatos próprios, o PMDB ganhou um destaque especial na sustentação do palanque do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição. E como tal, deve ser bem tratado, principalmente por ter entre os seus quadros Jarbas Vasconcelos. Em sua gestão, Jarbas liderou o ranking nacional como o melhor prefeito de capital, repetindo a dosagem, também, como governador, após a exitosa passagem pelo Palácio Capibaribe.
Jarbas está fechado com a reeleição de Geraldo, tem dito e repetido isso ao governador Paulo Câmara e ao próprio Geraldo. Aos mais próximos, entretanto, o deputado manifesta desconforto com o vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB), aliado do PT e da presidente Dilma, que cumprimenta os servidores da Prefeitura com um “bom, Dilma”. E na televisão tem repetido a ladainha de que Dilma está sendo vítima de um golpe.
Em encontro recente com Câmara, Geraldo e o vice-governador Raul Henry, no Palácio do Campo das Princesas, Jarbas disse em português claro que não participará de nenhum ato da campanha de Geraldo no qual Luciano esteja presente. Se o vice for mantido na chapa, Jarbas já faltará à convenção que homologará a chapa, em agosto. Não se trata de nenhuma especulação ou fofoca. Ele disse isso ao próprio Geraldo.
Jarbas subirá os morros com Geraldo, andará nas ruas “com entusiasmo”, segundo destaca, mas ninguém o verá ao lado de Luciano Siqueira. O deputado não tem restrições ao vice-prefeito apenas no campo político, mas também partidário. Quando o impeachment de Dilma passou na Câmara, com o voto de Jarbas, as pichações de “golpista”, feitas na casa do deputado, no Recife, tiveram as digitais do PCdoB.
Desde o último fim de semana, o vice-prefeito tem aparecido nas inserções do seu partido, ao lado da presidente nacional da legenda, Luciana Santos, reforçando o discurso de golpe para o afastamento da presidente Dilma, tese que nenhum partido aliado do prefeito Geraldo Júlio corrobora, como o PPS, de Roberto Freire, que, anteontem, oficializou apoio à reeleição do prefeito.
O que causa mais preocupação, entretanto, entre os aliados de Jarbas, é que este seu desconforto, que não esconde de ninguém, possa se traduzir, mais na frente, em algo mais grave, como a possibilidade de perder, literalmente, o entusiasmo na campanha de Geraldo. Conforme o tratamento que receba, futuramente, o velho cacique pode se transformar no fator decisivo na eleição municipal.
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