Folha de S.Paulo – Catia Seabra
O
mesmo homem atacou por duas vezes a sede do PT nesta quinta-feira (30).
O atentado mais grave aconteceu às 14h30 quando Emilson Chaves da Silva
lançou um coquetel molotov dentro do prédio, no momento em que
dirigentes do partido —entre eles, seu presidente, Rui Falcão— voltavam
do almoço.
O
comerciário usou um cigarro para tentar detonar a bomba, mas não
conseguiu. Alertados pelos seguranças, petistas que estavam no hall do
prédio correram atrás de Emilson pela rua Silveira Martins, no centro de
São Paulo e o detiveram.
O
ex-deputado Paulo Frateschi foi um dos que entregaram Emilson a dois
PMs. "Eu vou voltar", gritou o homem, segundo relato de Frateschi.
Segundo
o perito criminal do Núcleo de Polícia Científica, Ricardo Lopes, foi
encontrada uma lata de solvente "potencialmente inflamável", que teria
capacidade de atingir toda a sala e causar vítimas caso fosse acionada.
AMEAÇA
A
ameaça já tinha sido feita 13 horas antes. Às 1h15m, Emilson usou um
pé-de-cabra contra a vidraça do prédio que abriga o Diretório Nacional
do partido.
Segundo boletim de ocorrência, ele carregava um canivete e gritava que "mataria todos os petistas".
Preso
em flagrante, ele foi levado, ao 8º Distrito Policial, do Brás, sendo
liberado em seguida. Após a liberação, uma publicação atribuída a
Emilson Chaves Silva, nas redes sociais, dizia: "Foi eu (sic) quem
ataquei o diretório nacional do partido dos trabalhadores e vou atacar
de novo".
O presidente do PT, Rui Falcão, levou uma cópia da mensagem à polícia para pedir proteção ao partido.
Como
Emilson pôde voltar à sede para um novo ataque, os advogados do PT
pediram abertura de inquérito na Corregedoria da Polícia para apurar por
que o autor dos atentados foi solto após prisão em flagrante.
Nesta
manhã, ele também havia sido detido após ser flagrado pelos Policiais
Militares com um pé de cabra tentando retirar os vidros das portas que
dão acesso ao mesmo prédio. Ele foi ouvido e liberado, por falta de
representante do imóvel, conforme prevê a legislação em casos de menor
potencial ofensivo.
Ao
saber do ataque, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma
mensagem ao partido, segundo a qual o "Brasil tem assistido a muitas
cenas de intolerância e ódio".
"Nenhuma bomba, pé-de-cabra ou agressão vai tirar nossa determinação de lutar por um Brasil mais justo", diz.
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