Contando os dias para deixar o PSB, o senador Fernando Bezerra Coelho está virando a página da vida partidária na legenda socialista muito mais por implicações no plano nacional. Em Pernambuco, seu ressentimento diz respeito à falta de espaço no Governo Paulo Câmara, mas os que comandam o partido afirmam que ele sempre teve tratamento de verdadeiro e grande aliado.
Um exemplo citado por eles remete às eleições municipais do ano passado. Ali, quando o deputado federal Gonzaga Patriota se achava no direito de continuar sob o comando do diretório municipal do PSB, o governador e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, agiram rapidamente para entregar o partido ao hoje prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que pleiteava o direito de ter a legenda.
“Câmara e Geraldo contrariaram não apenas Patriota, mas também o deputado estadual Lucas Ramos, que queria a legenda para ser candidato a prefeito”, relata um integrante da executiva estadual que acompanhou o jogo de perto. Segundo ele, Lucas ainda chegou a ameaçar uma rebelião, mas foi contido pelo governador e o seu chefe de gabinete, João Campos, herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos.
Outro fato relevante lembrado pelo PSB estadual diz respeito a um movimento, também freado pelo governador e o prefeito do Recife, envolvendo setores do partido no plano nacional expondo o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, filho do senador. Na verdade, esses setores queriam divulgar um manifesto de repúdio pela permanência do ministro na Pasta, quando o partido faz oposição ao presidente Michel Temer.
“Se Fernando quer ou vai sair, a motivação é nacional, porque de nossa parte, na esfera estadual, nunca o partido deixou de atendê-lo”, afirma outra liderança socialista. O senador está esperando apenas uma conversa com o governador para decidir o seu destino partidário. Ele não esconde de ninguém que se motiva pelo novo DEM, que passa a se intitular Mude, tendo ainda um resíduo de esperança pela travessia para o PMDB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário