Por Magno Martins
Enquanto o deputado Jarbas Vasconcelos reagiu com uma simples nota afirmando que a punição que sofreu do PMDB foi esdrúxula, o deputado federal Sergio Zveiter (PMDB-RJ), incluído entre os cinco parlamentares peemedebistas que ignoraram a orientação do partido de votar a favor de Temer no pedido de investigação do Supremo, pediu de imediato a desfiliação do PMDB. O pedido foi entregue ao diretório do partido no Rio de Janeiro.
Em julho, Zveiter apresentou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara parecer favorável ao prosseguimento da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer. O pedido de desfiliação do deputado ocorre um dia após o PMDB anunciar a suspensão das funções partidárias dos parlamentares que se posicionaram contra Temer na análise da denúncia, entre os quais Zveiter. Com a decisão, seis deputados serão retirados de comissões em que representam o partido.
"Após a divulgação do parecer de minha relatoria, passei a sofrer ameaças de represálias e ameaças de expulsões oriundas da direção do partido e de outros membros do PMDB que atuaram em prol do arquivamento sumário das denúncias", afirmou o deputado no pedido de desfiliação. Zveiter está no segundo mandato de deputado federal. Quando foi reeleito para a atual legislatura, era filiado do PSD e, em março de 2016, se transferiu para o PMDB.
Zveiter tem recebido convites para se filiar a outros partidos, entre os quais PDT. Segundo a assessoria do parlamentar, porém, ainda não há definição sobre o novo partido de Sergio Zveiter. Antes de a denúncia ser analisada pela Câmara, fechou questão para barrar a peça da PGR, ou seja, poderia punir quem votasse diferentemente dessa orientação. Zveiter criticou a decisão ao pedir a desfiliação, argumentando que a imposição não poderia ser feita quando o que está sob análise é uma matéria criminal.
"Causa maior espanto o autoritarismo com que esse posicionamento foi adotado, em postura abusiva, como se a Câmara e seus deputados estivessem subjugados aos interesses de outro poder", afirmou. Na carta, o deputado usou, ainda, uma previsão da lei para sair do partido sem perder o mandato. "Resta evidente discriminação pessoal e perseguição política praticada pela direção nacional do PMDB."
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