Folha de S.Paulo – Fabiano Maisoavnne
Em eleição marcada pelo alto número de votos nulos e pela falta de renovação política, os ex-governadores Amazonino Mendes (PDT), 77, e Eduardo Braga (PMDB), 56, devem disputar o segundo turno da eleição estadual no Amazonas.
Com 80% das urnas apuradas pelo TRE, Amazonino obteve 39,2% dos votos válidos, contra 22,9% do peemedebista. O segundo turno será realizado em três semanas. O vencedor exercerá ummandato-tampão de 14 meses.
A soma dos votos nulos (14,4%) e brancos (3,9%) chegou a 18,3%. No primeiro turno de 2014, esse percentual foi de apenas 8,3% (148.810).
A abstenção chegou a 22%, pouco maior do que a do primeiro turno de 2014 (19,5%).
A ex-deputada Rebecca Garcia (PP) foi a terceira mais votada, com 17,5%. O petista José Ricardo obteve 14,10% e ficou em quarto entre nove candidatos.
A jornada de votação transcorreu apenas com incidentes isolados, segundo o TRE.
EX-ALIADOS
Companheiros de palanque no passado, Amazonino e Braga também colecionam diversas denúncias de irregularidades.
O pedetista esteve envolvido, entre outros escândalos, no esquema de compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, revelado pela Folha em 1997. Ele não foi investigado pelo caso.
Principal nome do PMDB no Amazonas, Braga responde a inquérito da Operação Lava Jato e é citado na denúncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, envolvendo propinas da JBS, embora não tenha sido acusado formalmente.
Ambos negam todas as acusações.
A eleição complementar foi convocada há três meses, após o TSE cassar o então governador, José Melo (Pros), e o seu vice, Henrique Oliveira (Solidariedade), por desvio de dinheiro público para a compra de votos em 2014.
O primeiro turno custou R$ 23 milhões aos cofres públicos, segundo o TRE. Desse total, cerca de R$ 6,5 milhões foram usados para o deslocamento de 4.400 militares, dos quais 3.701 do Exército.
Para o segundo turno, o orçamento é de R$ 9,5 milhões, sempre de acordo com o TRE.
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