quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Gleisi: É cedo para falar de vice nordestino para Lula


Política Real
Muito se especula sobre as eleições de 2018, onde serão eleitos os 27 governadores das unidades federativas, dois terços do Senado, a totalidade da Câmara dos Deputados, representantes do legislativo estadual e presidente da República.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, falou ao portal Política Real sobre a estratégia do partido para o pleito no Nordeste, a possível candidatura do ex-presidente Lula, e sobre um projeto nacional de poder incluindo os mais pobres. Ela disse que é muito cedo falar de vice-presidentes na chapa de Lula vindos do Nordeste e evitou falar sobre os nomes de Flávio Dino, PCdoB, e Ricardo Coutinho, do PSB.
De acordo com a senadora, a intenção do PT é mostrar aos nordestinos que o país foi tomado por golpistas, liderados pelo atual presidente Michel Temer (PMDB), pelo deputado cassado, Eduardo Cunha (PMDB) e pelo senador Aécio Neves (PSDB).
"Juntos, eles já conseguiram aprovar o congelamento dos investimentos públicos em saúde e educação por 20 anos e acabaram com a CLT, retirando uma série de direitos dos trabalhadores. O governo de Temer é um desastre, pois aumenta salários de juízes e promotores, que são a elite do funcionalismo público, enquanto suspende reajustes e corta benefícios do Bolsa Família; distribui R$ 14 bilhões em benefícios a parlamentares para evitar sua cassação por corrupção, ao mesmo tempo em que acaba com as unidades do programa Farmácia Popular e com os investimentos no Minha Casa, Minha Vida", afirmou Gleisi.
Para a senadora, as pessoas estão com saudade de Lula, que foi o único governante que incluiu os mais pobres no orçamento brasileiro. "Em agosto, nosso ex-presidente terá a oportunidade de fazer a caravana de 20 dias pela Região Nordeste para se reencontrar com um Brasil que muitos, infelizmente, ainda insistem em ignorar", contou.
O PLEITO DE 2018 – A presidente contou que ainda é prematuro falar das eleições de 2018, porque existe muita especulação. Mas, com base nos retrocessos do Congresso Nacional, Gleisi afirma que a saída da crise se dará por meio de partidos de esquerda.
"Hoje são [os partidos de esquerda] os mais preocupados em defender uma pauta que contempla desenvolvimento social e desenvolvimento econômico. Ano que vem temos eleição e as pessoas precisam se conscientizar da importância de seus votos para o Congresso Nacional. Precisamos de deputados e senadores com propostas que sejam do interesse da população para não repetirmos o que está ocorrendo atualmente, em que a bancada de ruralistas consegue perdão de dívidas bilionárias e empresários aprovam leis que prejudicam o trabalhador", ressaltou.
A CANDIDATURA DE LULA – Gleisi contou que a candidatura de Lula irá unir vários nomes de peso em torno de um projeto político voltado aos mais pobres, buscando a retomada do crescimento e do emprego, mas falar de qualquer montagem de candidaturas seria um equívoco.
"Lula já provou que sabe governar e acredito que essa experiência adquirida em seus oito anos de mandato vai aglutinar forças importantes para derrotar o projeto entreguista de Temer, que só beneficia os mais ricos de nossa sociedade", ressaltou.
Segundo a senadora, nenhuma discussão eleitoral começou e nomes nordestinos especulados para vice-presidente – como Flávio Dino (PCdoB-MA) e Ricardo Coutinho (PSB-PB) – só serão discutidos depois que as regras para novas eleições sejam aprovadas.
"O que posso adiantar é que o PT e Lula vão buscar um vice comprometido com o projeto de nação que queremos, e que saiba respeitar o candidato eleito nas horas mais fáceis e nas mais difíceis, que seja companheiro, leal, a exemplo do que fez o saudoso e honrado José Alencar", garantiu a senadora.
GRANDES LIDERANÇAS – A senadora também falou da integração do Sul num projeto nacional de poder. A região sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – tem o IDH elevado, é raiz do empreendedorismo, cooperativismo e agronegócio, e onde os setores econômicos mais se integram.
"A região Sul do País já produziu grandes lideranças, como os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, fortemente marcados pela defesa de causas sociais, e o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. Esses três gigantes de nossa história deixaram um legado de conquistas que ainda hoje tem impacto sobre a vida dos brasileiros", lembrou a senadora.
"Os governos recentes do PT, embora liderados por um nordestino, Lula, contaram com a participação de várias figuras da região Sul, entre as quais destaco Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex-senador Pedro Simon e o atual Roberto Requião, entre outros. Mais do que nunca, está na hora de integrarmos esse país com solidariedade e conhecimento. Queremos um Brasil soberano e que tenha como prioridades o atendimento aos mais pobres, que hoje voltaram a passar fome e a pedir esmola nos semáforos e nas portas dos supermercados. Não podemos aceitar esse retrocesso, ainda mais depois de todo o trabalho realizado por Lula e Dilma, que lutaram incansavelmente para reduzir um pouco das desigualdades sociais que afligem os brasileiros", finalizou.

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