Josias de Souza
Durou menos de 24 horas a fantasia do Planalto de que seria possível aprovar no Congresso um Plano B para atenuar o fiasco da reforma da Previdência. “Esse é um café velho e frio que não atende como novidade à sociedade”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre o pacote de 15 projetos apresentados pelo governo, 11 dos quais já em tramitação no Congresso.
“Do jeito que eles apresentaram, é como se fosse a pauta do governo no Legislativo, isso é um abuso”, ralhou Maia. Dono da prerrogativa de decicir sobre a pauta do plenário da Câmara, o deputado enxergou no anúncio do governo, feito na véspera, um quê de desrespeito.
“O governo que apresente uma pauta econômica nova, porque a que está aqui o tempo de discussão e votação é definido pela presidência da Câmara. Vamos respeitar a independência dos poderes. A apresentação de ontem foi um equívoco, foi um pouco de desrespeito ao Parlamento já que os projetos já estão aqui.”
Eunício Oliveira, presidente do Senado, ecoou Maia: “Pauta do Congresso quem faz somos nós do Congresso. Não é o governo que faz pauta aqui. Ele pode encaminhar projetos. Eu pautarei ou não. Não é o governo que pauta projetos aqui.”
Segundo uma superstição de Brasília, Michel Temer é um articulador político sem igual. Que seja! Contudo, ainda que o presidente baixasse um decreto de intervenção federal no Congresso não conseguiria mais vender para o mercado financeiro a fantasia de que o Planalto conseguirá empurrar goela abaixo dos congressistas o seu “café frio.
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